A Senhora sentiu suas pernas bambearem e se apoiou no braço do protetor ao seu lado para não ir ao chão. Â
Precisavam ajudá-lo, deviam buscá-lo. Eles o matariam se esperassem mais. Poderiam abrir uma passagem e mandar os protetores para uma espécie de resgate, arrastando os que estavam torturando seu filho. Tinham que fazer qualquer coisa, rápido!Â
Eros a guiou até a cadeira. Colocou água para ferver onde jogou algumas folhas de tamanhos diferentes e bastante perfumadas. Serviu num copinho de barro primeiro para a Senhora e depois para seus netos. Ela tentou afastar o copo, mas Eros insistiu. Â
Era um calmante, todos precisavam. Ninguém pode pensar direito com a mente inquieta e as emoções gritando.Â
Eros argumentou e foi ouvido. Era seu trabalho e o fazia muito bem, protegia a Senhora, educou seu herdeiro, confiava no garoto. Se abrissem a passagem para mandar protetores buscá-lo poderiam cometer um erro terrÃvel.Â
Conhecia bem Elohi, tinha cuidado dele desde que nasceu. Ele não se submeteria facilmente a não ser que tivesse seus motivos. Se fossem poderiam estragar algum plano do garoto. Ele ia ao encontro da barreira, logo estaria em casa e poderia esclarecer tudo. Deviam confiar nele e deixar para agir depois que ele estivesse em casa, onde poderiam garantir sua segurança. Ele ainda era o único herdeiro, se o perdessem na operação de resgate as coisas podiam ficar muito complicadas.Â
Liana não conseguia aceitar que ficassem ali parados enquanto seu único filho sangrava nas mãos de pessoas má intencionadas. Precisava confiar em seu Protetor, precisava confiar em seu filho e precisava se conter para não fazer nada estúpido.Â