CAPÍTULO DOIS
Essa era a nova família de Maria.
Um grupo de delinquentes — como eram chamados na rua — caminhava sem rumo pela cidade. A vantagem deles sobre outros adolescentes vadios é que não roubavam, pediam comida e também ganhavam alguns trocados fazendo pequenos favores no comércio e às donas de casa. Em compensação não largavam a garrafinha de cola, cheiravam até vê-la morrer, perdendo totalmente o seu efeito alucinógeno. Andavam livremente com a garrafa colada ao nariz, chapados. A polícia até desviava caminho para não ter que cruzar com eles. Aquela meninada vivia em outro mundo, num mundo onde não havia a lei dos homens, um mundo sem um amanhã, e a liberdade estava em todo lugar. Numa esquina, numa rua, numa praça, e dentro de uma garrafa de refrigerante com alguns dedos de cola, e era nisso que eles acreditavam. Os dias passavam, as coisas iam acontecendo e para eles nada mudava. Só havia preocupação naqueles rostos inocentes quando a cola estava morrendo, mas sempre havia um mais criativo para mexer com um palito e ativar o cheiro. Quando realmente a garrafa secava, todos contribuíam com o trocado que tivesse e de novo se abasteciam. Magrão era o encarregado da compra, pois era o líder do grupo e velho conhecido de seu Joca, um sapateiro dono de uma oficina de consertos de sapatos na saída da cidade, sentido Garanhuns. Magrão chegava, sentava-se no canto, colocava a garrafa entre as pernas e ficava olhando seu Joca pregando tachinhas num velho sapato.
— Adoro o cheiro deste lugar — brincava Magrão, enquanto observava seu Joca consertando os sapatos.
Seu Joca sem desviar a atenção de seu trabalho, acrescentava:
— Para mim é indiferente. É igual a qualquer cheiro. Já estou acostumado. — E parando o martelo sobre o sapato em conserto, vira-se para Magrão e faz esta observação: — O único cheiro que estou sentindo agora é dessa cachaça que está naquele copo à minha espera. — Depois se volta para o sapato em conserto.
Magrão levanta-se, aproxima-se dele, e com a garrafinha na mão, provoca-lhe:
— Meu grande sonho é terminar meus dias como seu ajudante! — Na hora os dois caíram na gargalhada.
Depois da brincadeira, Seu Joca ficou sério, e pegando a garrafa das mãos de Magrão, saiu de oficina adentro, resmungando.
— A risca de cola aumentou — (risca equivale a um dedo de cola) —, você trouxe dinheiro para quantas riscas?
Magrão neste momento estava cheirando com sofreguidão um sapato que acabara de receber uma sola nova e já estava pegando outro quando ouviu seu Joca. Colocou o sapato no seu lugar, ajeitou-se, e gritou de onde estava:
— Cinco dedos, seu Joca! Mas vê se dá um chorinho maior desta vez!
Seu Joca nada respondeu, apenas resmungou lá dentro alguma coisa que Magrão não conseguiu entender, e minutos depois voltava com a garrafa quase meia de cola.
Ele era um sujeito grosseiro, ignorante, mas os meninos gostavam dele.
Pouco tempo depois — apenas a curta caminhada de Magrão da sapataria de seu Joca até a praça — lá estava ele, cercado pelos meninos, enquanto a garrafa circulava de mão em mão, espalhando risadas e um frenesi contagiante. Os vapores dos hidrocarbonetos, carregados de n-hexana, pairavam sobre aqueles corpos jovens e indefesos, envolvendo-os numa euforia fugaz. A cada nova inalação, eles cambaleavam no chamado “andar de pato”, pernas bambas e risos soltos, saboreando o momento perigoso, mesmo conscientes de que o excesso poderia paralisar todo o corpo — e mesmo assim, a sensação de liberdade momentânea os fazia ignorar o risco.
Maria já estava com nove meses de gravidez, mas continuava cheirando cola, e durante esse período em que a barriga crescera, nunca procurou sequer um posto médico para saber pelo menos o sexo da criança. As calças compridas que usava já não lhe serviam, ficavam apertadas na cintura e não mais conseguia fechar o zíper. Grandona arranjou um jeito de resolver este inconveniente.
Maria agora andava na rua de vestido; um vestido de chita que Grandona ganhara de uma viúva que agora só vestia roupa de luto; e aquele vestido era branco com bolinhas vermelhas.
Esse vestido dado à Maria, Grandona guardava há muito tempo atrás da descarga do banheiro público que ficava na praça, para usá-lo na festa da padroeira de Águas Belas, no dia da Imaculada Conceição, mas resolveu cedê-lo à Maria.
Maria sentindo-se mais confortável com esse vestido, agora corria e pulava ao lado dos meninos. Depois sacudia a saia no meio das pernas, pedia a garrafa de cola, aspirava, e voltava a correr e pular sem timidez alguma.
Contudo Maria começava a sentir algumas contrações e a criança já não se mexia com tanta frequência. Quando a hora chegou, quando Maria sentiu o rompimento da bolsa, não foi socorrida na maternidade; ela iria parir embaixo de uma banca de feira, acudida pelos seus colegas de rua. Aqueles meninos nunca haviam presenciado uma situação dessa natureza e ficaram desorientados. Apenas Grandona disfarçava tranquilidade, dando início ao trabalho de parto.
Estavam todos juntos ao redor de uma barraca de verduras. Maria deitada embaixo da banca e os meninos acocorados ao seu lado, apenas aguardando. Entrementes, Magrão foi até uma banca ao lado e trouxe a lona que cobria umas verduras, dobrando-a no chão para acomodar Maria. Os meninos aproximaram-se e extasiados, ficaram esperando a criança sair. A maioria nunca tinha visto uma vulva escancarada tão perto dos olhos.
Grandona conseguira colocar Maria com o tronco ligeiramente elevado, e com a extremidade rebaixada para que a região do quadril ficasse livre. Ela, por curiosidade, já havia assistido um parto de uma vizinha quando ainda morava com seus pais. Sabia mais ou menos como a parteira havia iniciado o serviço, e lembrou-se que deveria empurrar a barriga de Maria de cima para baixo, forçando o bebê pelo canal do parto. Sem anestesia peridural, injetada diretamente no sistema nervoso central, Maria gritava de dor, mas deu resultado, porque uma criancinha foi aos poucos caindo no meio das pernas dela. Era um bebê que acabava de nascer sobre uma lona no meio da rua.
Após o parto, Grandona percebendo que a situação não estava controlada, gritou para os meninos:
— Corram! Peçam ajuda! Ela vai morrer se continuar aqui! Está com hemorragia!
Os meninos se dispersaram pelas ruas — a noite cobria a praça, ainda movimentada — e, minutos depois, uma ambulância da prefeitura conduzia Maria ao pronto-socorro, acompanhada apenas por um enfermeiro. Nenhum médico fora chamado; apenas o enfermeiro de plantão cuidava de mãe e filho.
Dias depois, Maria recebeu alta. Voltou às ruas, carregando no colo o seu bebezinho, com o peso da vida nas mãos e a coragem no coração, pronta para enfrentar, mais uma vez, a dureza de um mundo que mal lhe oferecia abrigo.
Passados seis meses desse fato, a criança já estava engatinhando e brincando com as latas de lixo encontradas na rua. Agora eram três que dormiam agarradinhos em uma calçada qualquer: Maria, o seu bebê e o rabugento Cheira-cola.
Maria já convicta de sua responsabilidade como mãe e dividida entre assumir a maternidade e continuar na vadiagem, optou por esta última opção. O menino foi doado a um casal que estava de passagem pela cidade e nunca mais mãe e filho se viram.
Já se haviam passado quase dois anos desde que Maria vivia nas ruas. Agora, com apenas dezesseis anos, naquela manhã sua vida estava prestes a mudar para sempre.
Estavam todos sentados na calçada da igreja e ainda decidindo para que lado seguir, quando aquela senhora gorducha e bem vestida parou na calçada e procurando Maria, pede-lhe que desça até o primeiro degrau. Os meninos entreolharam-se desconfiados e apenas Maria levantou-se e foi até onde a mulher estava parada com uma sacola de compras na mão. Magrão e Grandona ficaram atentos àquela conversa, mas não conseguiam escutar com clareza o que as duas conversavam.
Minutos depois Maria sobe as escadas, a mulher fica lá embaixo esperando-a, enquanto ela apanha a sua trouxa de roupa e se despede dos meninos sucintamente.
— Arrumei um emprego. Vou começar agora. — Depois desce as escadas saltitando de alegria, deixando os coleguinhas boquiabertos.
Eles sabiam que tipo de emprego Maria havia arranjado. A cidade de Águas Belas conhecia a atividade daquela senhora e os meninos sabiam quem era dona Bia, porém antes de Maria seguir a sua patroa, voltou-se para Grandona e pediu-lhe que cuidasse de seu cachorro.
As duas seguiram pela calçada, depois dobraram a esquina até não serem mais vistas.
Subindo a Rua Constantino Lavrador, Maria se assusta ao lembrar que aquela rua seguia direto para o sítio onde morava, mas continua caminhando sem demonstrar nervosismo. A senhora à sua frente cumprimenta as pessoas que encontra pelo caminho, e Maria percebe que alguns homens a olham com desprezo; não era para menos, suas roupas estavam imundas e os cabelos, despenteados. Só dona Bia sabia que um chuveiro e um guarda-roupa mudariam aquela aparência.
Depois de uma boa caminhada pela Rua Constantino Lavrador, chegaram à casa na qual Maria iria trabalhar. Ela estava crente de que iria trabalhar de empregada doméstica naquela casa, mas ao pisar na sala franziu o cenho ao verificar que não se tratava de uma residência normal, pois na sala já deu de cara com várias mesas espalhadas e forradas. No canto da parede uma radiola de ficha, e mais adiante um barzinho com prateleiras cheias de bebidas, uma geladeira e um balcão com tamboretes, e sobre esse balcão uma bandeja com vários copos americanos cobertos com um pano encardido. O ambiente era vulgar e decadente.
Dona Bia percebendo o desapontamento de Maria tentou esclarecer o que ficara obscuro na conversa das duas na calçada da igreja:
— Minha querida, a partir de hoje esta vai ser a sua casa. Não repare a bagunça, é que ontem à noite foi bem animada por aqui. Vamos tomar um banho, vestir uma roupa limpa; preparei um quarto só para você. — Dona Bia não estava mentindo: realmente havia um quarto preparado para recebê-la.
Maria aos poucos foi percebendo a realidade, já desconfiava do que iria fazer naquela casa, só não tinha certeza se estava preparada, mas sentia-se feliz por morar novamente numa casa e dormir numa cama só sua. Sem se abster acompanhou dona Bia até o quarto que lhe reservaram. Depois correu para tomar um banho de verdade, com sabonete e xampu.
Estava uma manhã quente nessa quinta-feira.
Foi neste dia que Maria deixou as ruas para morar e trabalhar no cabaré de dona Bia. Agora não era mais uma menina abandonada, era uma prostituta com apenas dezesseis anos. As autoridades não intervinham porque eles também se aproveitavam da situação.
Maria terminou seu banho, enrolou-se numa toalha e correu para o seu quarto, no qual encontrou roupa limpa sobre a cama e um guarda-roupa de duas portas. Defronte a sua cama havia uma penteadeira com quase tudo que uma mulher precisa para se maquiar. Surpresa maior foi quando ela abriu a porta do pequeno guarda-roupa e deparou-se com vários vestidos pendurados, saias, calças compridas, e nas gavetas um monte de calcinhas e sutiãs, bem arrumadinhos. Maria provou algumas peças, depois se maquiou e finalmente se deitou e pegou no sono.
O quarto era pequeno, como todos os demais daquela casa e foram construídos na entrada do quintal, porque a casa começava com um salão. Entre este salão e os quartos construíram a cozinha; os dois banheiros da casa foram feitos no quintal.
No quarto de Maria havia uma cama de solteiro, de madeira, com um colchão de capim já maltratado pelo uso, forrado com um lençol fino, além de um travesseiro mole. Ao lado da penteadeira ficava o pequeno guarda-roupa de duas portas sem fechadura, estas eram fechadas no empurrão e quando uma porta era trancada, a outra se abria. Teria que colocar um calço, um pedaço de papelão para cerrá-las. Sobre a penteadeira havia alguns frascos, uns vazios e outros com um pouquinho de colônia, brilhantinas e alfazemas. No chão, entre a cama, o guarda-roupa e a penteadeira, ficavam várias garrafas cheias d’água para o asseio do cliente trazido para o quarto. Também havia uma bacia de alumínio para essa limpeza, porque nos quartos não havia banheiro. Depois do encontro, a cama era forrada, a água usada era jogada no quintal e as garrafas novamente eram cheias.
Enquanto Maria dormia espalhada na sua cama o sono dos justos, na cozinha dona Bia conversava com a Índia, que preparava o almoço.
— Dona Bia tem certeza de que essa menina vai corresponder aqui nesta casa?
— Acho que vai, Índia. Ela é muito bonita e novinha. Os homens gostam é de menina nova.
Enquanto as duas conversavam, Mariná para na porta da cozinha, estava indo para o banheiro, cumprimenta as duas e aproveita para perguntar pela nova moradora:
— Bom dia, queridas! Cadê a nossa nova colega?
Dona Bia apenas sussurra: — Ainda está dormindo. Chegou muito cansada.
Àquela altura todas as meninas queriam saber e conhecer a nova empregada, pois já sabiam que dona Bia estava à procura de uma substituta para Letícia, a companheira que teria sido tirada do cabaré por um feirante e agora era uma respeitável senhora. Toda segunda-feira ela estava com o seu marido na banquinha vendendo frutas e verduras na feira de Águas Belas.
Na noite anterior dona Bia comentara na hora da ceia que já havia escolhido a nova empregada.
Em seguida foi à vez de Solange passar pela cozinha com a escova de dente na mão e cumprimentar as colegas:
— Bom dia, meninas! — Depois se dirigindo à dona Bia: — Já voltou da rua? Cadê a novata?
A mesma resposta que dona Bia dera a Mariná também fora dada à Solange, que se apressou para o banheiro.
Quando Rita saiu de seu quarto para também ir ao banheiro, de passagem pela cozinha deparou-se com as quatro discutindo sobre a chegada de Maria. Lindalva passou em seguida e só as cumprimentou na volta de seu asseio. Agora só faltava Maria confraternizar-se com as suas novas colegas.
Mais tarde as meninas já estavam espalhadas pela casa; uma cuidava do almoço, outra dos banheiros, outra fazia a limpeza do salão, duas estavam cuidando do bar, com a reposição das bebidas, e dona Bia sentada regularizando a contabilidade da casa, cercada de papéis, notas fiscais e recibos.
Maria já estava acordada, apenas continuava deitada, olhando para o teto, pensativa.
— Que horas seriam agora? Onde estariam seus amiguinhos neste momento?
Depois de muito meditar, levantou-se, vestiu uma bermuda, botou uma camiseta de algodão, calçou as sandálias, penteou os cabelos e saiu em direção à cozinha, pois a fome se tornara mais forte após algumas horas de sono. Havia muito tempo que não sentia aquele cheiro de comida caseira.
Antes de chegar à porta, Maria percebeu o aroma do tempero e o estalo da gordura da carne gotejando sobre a brasa. Apressou o passo e parou à entrada, diante de uma mesa ocupada por seis mulheres que almoçavam. Todas, ao mesmo tempo, voltaram os olhos para a menina parada à porta — e ficaram boquiabertas.
— Uau! Veja só! — exclamava Solange, enquanto dona Bia pedia para Maria sentar-se e almoçar. Meio acanhada e olhando cada rosto desconhecido, ela aproxima-se da mesa, senta-se, sendo servida pela Índia, que vai logo advertindo:
— Será servida desta vez porque ainda não conhece as regras, mas daqui por diante é por sua conta. — Na hora ninguém segurou uma gargalhada depois desta observação e se espantam da avidez com que Maria devorava o seu almoço.
— Vamos devagar, minha filha. Tem mais nas panelas — brincou Lindalva.
Maria terminou, olhou para aqueles rostos que admirados também a olhavam, e destampando cada panela daquela mesa, repetiu o prato e por fim respirou aliviada, colocando os cotovelos sobre a mesa e ficou olhando para dona Bia.
Antes que esta falasse alguma coisa, Rita fez um apelo:
— Menina, eu te aconselho a moderar na comida daqui por diante, pois nesta casa temos de manter o corpo em forma, desse jeito que você comeu hoje, sei não...
A velha cafetina fixou-se em Maria e deu início as apresentações:
— Primeiro, quero avisar-lhe que tudo o que foi dito nesta mesa é a pura verdade. Não pense que vai ter sempre alguém para colocar comidinha na sua boca, e que quanto mais sua boquinha ficar fechada, melhor para você. Entendeu? — e continuou — Pois bem, quero agora que conheça as meninas que viverão com você nesta casa todas as horas de seus dias daqui por diante.
Maria deu um sorrisinho amarelo para as meninas e voltou-se para prestar atenção nas recomendações de dona Bia. À mesa, de um lado estavam três meninas — Rita, Maria e Solange —, do outro, duas — Mariná e Índia. Dona Bia ficava numa cabeceira, e Lindalva na outra ponta.
Dona Bia tomou a palavra:
— Essa aqui é a Rita — disse, apontando para a esquerda, onde estavam as três —, chegou faz pouco tempo. Veio lá do Maranhão com um caminhoneiro e o safado largou a bichinha no posto de gasolina. Do lado dela está a Solange; morava com um velho lá em Itaíba, mas fugiu carregando o carnê de aposentadoria dele! — As meninas caíram na risada. — Aqui, à minha direita, tá a Mariná, branquela e um pouquinho gordinha... E essa aqui é a Índia, que veio do mato como você, escapada de uma tribo lá de Águas Belas. E, por último, temos a Lindalva, a mais sabida da turma, que faz o papel de babá quando precisa.
Após concluir as apresentações, dona Bia esperou que as meninas se retirassem para a sesta e pediu para que Maria ficasse mais um pouco, pois queria passar algumas orientações que a ajudaria dali por diante.
— Maria, aqui nesta casa nós temos algumas regras. Aos poucos você vai percebendo e aprendendo como funcionam. Por exemplo: não queremos que nenhuma menina se exceda na bebida; que não haja nenhuma disputa aqui dentro por homem; todas as meninas desta casa são preparadas para incentivar o parceiro a beber muito e a gastar ainda mais. As meninas irão lhe orientar nesse sentido.
Na estreia de Maria no cabaré, a noite não foi assim tão movimentada, ainda era quinta-feira. Alguns rapazes entravam, tomavam uma cerveja e saiam. As meninas estavam juntas numa mesa e a radiola de ficha desligada. Lindalva estava no bar e dona Bia ficara no quarto, indisposta. Ela não costumava vir para o salão nos dias de movimento fraco. Maria não estava com as meninas, ficou no bar ao lado de Lindalva conversando. O movimento estava tão fraco nesta noite que mais ou menos às dez horas, dona Bia apareceu e autorizou o fechamento da casa, voltando em seguida para o seu quarto.
Todas foram deitar-se cedo nesse dia.
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