Próximo à densa floresta que circunda a alcateia de Silver Moon, ergue-se um castelo esquecido pelo tempo, uma ruína que parece ter sido devorada pela própria terra. Sua estrutura de pedra, outrora imponente, está agora desgastada e coberta de musgo, com pedaços do antigo muro desmoronados e espalhados como ossos ao redor das fundações. As torres, parcialmente desmoronadas, ainda resistem ao céu cinzento, pontilhadas por janelas de onde apenas o vento e o vazio espreitam. Portas enferrujadas e quebradas pendem de seus antigos suportes, revelando sombras espessas no interior do castelo. Os arcos de pedra, entrelaçados com heras selvagens e trepadeiras que parecem se enrolar em espirais sufocantes, criam passagens que levam a salões escurecidos. O grande pátio interno está dominado por uma laje de pedra central, coberta por símbolos apagados e desconhecidos, mas que ainda emitem uma sensação perturbadora, como se guardassem segredos há muito esquecidos. As estátuas que um dia ladearam o pátio, representando guerreiros e anjos de pedra, agora estão sem rosto, corroídas pelo tempo e com rachaduras profundas, como se guardassem a mágoa de séculos de abandono. Ao cair da noite, o castelo parece despertar. Ventos frios assobiam pelos corredores vazios, ecoando como vozes distantes. Corujas e morcegos são os únicos guardiões remanescentes, sobrevoando os salões onde o chão está coberto de destroços e pedaços do teto desmoronado. No entanto, há uma sensação persistente de que algo ancestral habita a escuridão, uma presença espectral que espreita nas sombras, lembrando os que se aventuram ali que o castelo não está tão vazio quanto parece.
Eros estava sentado em uma poltrona de veludo escarlate, as chamas da lareira dançando suavemente, lançando sombras que contorciam-se como figuras sinistras nas paredes. O calor do fogo contrastava com o frio que se instalava lá fora, onde flocos de neve começavam a cair lentamente, cobrindo a cidade de Greifswald com um manto branco e gélido. O som suave da neve caindo era quase poético, mas para Eros, era apenas um prelúdio para o que se tornaria uma sinfonia de desespero. Com um sorriso sardônico nos lábios, ele segurava uma taça elaborada, ornamentada com desenhos intricados de criaturas noturnas. O líquido rubro que preenchia o recipiente reluzia à luz da lareira, e ao levar a taça aos lábios, Eros se deliciava com o gosto metálico e quente do sangue, a vida que pulsava em seu interior. Ele tomou um gole, fechando os olhos em prazer, enquanto a riqueza do sabor parecia dançar em seu paladar. Atraído pela visão da vila em ruínas, Eros direcionou seu olhar para um pequeno globo mágico flutuando diante de si. Era um artefato de seu poder, uma esfera cintilante que mostrava imagens de Greifswald afundando em miséria. Dentro do globo, as sombras se moviam como espectros, capturando cenas de pânico e desespero: pessoas tombando nas ruas, tossindo sangue, e outras buscando abrigo, enquanto a fome e o frio os consumiam lentamente.
Ele não pôde evitar uma risada baixa e sutil que escapava de seus lábios. "Ah, o espetáculo da queda," murmurou, a voz carregada de um deleite maligno. "Os mortais sempre foram tão frágeis, tão suscetíveis às minhas investidas." A cada cena de desolação que passava pelo globo, sua diversão aumentava. Os gritos silenciosos dos que padeciam, as lágrimas que não eram mais do que gotas de um oceano de sofrimento, tudo isso alimentava a escuridão que habitava seu coração. Eros se reclinou na poltrona, observando o globo como um maestro aprecia sua orquestra. Ele sabia que tinha manipulado os fios do destino com maestria, semeando a discórdia e o desespero entre os habitantes da vila. O frio lá fora não era apenas o prenúncio do inverno; era a vingança que ele havia desencadeado, um castigo divino que ele mesmo impôs sobre os que ousaram se opor a seus desejos. As chamas da lareira crepitavam, e Eros se perdeu em sua própria felicidade sombria, um riso insidioso preenchendo o espaço à medida que ele brindava à dor e à destruição que espalhara como um jardineiro macabro em um campo de miséria.
O inverno havia chegado a Greifswald, mas a verdadeira tempestade ainda estava por vir, e ele era o verdadeiro deus daquela calamidade. Eros cerrou os olhos, um sorriso sinistro brincando em seus lábios enquanto observava as imagens do globo mágico. Era uma visão tão satisfatória... Ver o sofrimento dos seres humanos, embora ele sempre os tenha considerados inferiores. Ele ergueu a taça novamente, levantando-a à luz da lareira, observando o líquido rubro derramar pelas bordas de vidro. Tomou outro gole, apreciando o sabor metálico e quente que percorria seus sentidos enquanto o sangue percorria suas veias, alimentando-o. O ambiente do castelo de Eros era envolto em uma atmosfera de decadência e luxo, com tapeçarias pesadas e móveis antigos que pareciam contar histórias de um passado sombrio. No entanto, a serenidade do lugar foi abruptamente interrompida quando Demétrio, o lobo alfa, irrompeu na sala, seu rosnado baixo reverberando como um trovão distante.
"Que merda você pensa que fez?" A voz de Demétrio era como um trovão, cheia de raiva e desprezo. Seus olhos azuis brilhavam com um ódio flamejante enquanto ele marchava em direção a Eros, que estava tranquilamente sentado em sua poltrona. A expressão de Eros era de um deleite sutil, como se estivesse saboreando um vinho raro, em vez de se preocupar com a fúria do lobo alfa. "Ratos com doenças, Eros? Que desgraça você está pensando?" Eros franziu a testa, um leve sorriso sádico em seu rosto ao ver a fúria de Demétrio. Ele levantou a taça cheia de sangue do braço da poltrona, bebendo lentamente, sem se importar com a raiva do lobo alfa. "Ah, o rei lobo está frustrado," ele provocou, a voz suave e sedutora. "Não gosto da forma como você fala comigo, cãozinho," acrescentou, seus olhos cheios de fúria, a língua enrolada em insulto. Demétrio se aproximou, seus músculos tensos, a postura ameaçadora como um predador prestes a atacar. Ele agarrou o colarinho de Eros com força, cerrando os punhos em um movimento que prometia violência, embora a mão não se levantasse para desferir o golpe. Mas Eros, ao invés de se intimidar, deixou escapar uma risada baixa e calma, um riso que ecoava com uma tranquilidade macabra. "Oh, Demétrio," ele disse, ainda repousando relaxadamente na poltrona, "não é a primeira pandemia que eu me delicio enquanto vejo os humanos caindo em desgraça. Você não se lembra da Peste Antonina? Ou da Varíola? Peste Justiniana? Gripes diversas?" Ele segurou firme as mãos grandes de Demétrio, a pressão em seu colarinho como uma tentativa de apaziguar a raiva do lobisomem. "Não é a primeira, nem será a última. Humanos são tão tolos e fáceis de matar.
Você não pode me culpar por divertir-me com isso." Demétrio, em um impulso de indignação, soltou Eros, empurrando-o de volta para a poltrona, onde o vampiro se acomodou novamente, como se a agressão não tivesse significado algum para ele. O lobo alfa estava irritado, rosnando como um animal encurralado. "Você me dá nos nervos," ele respondeu, a frustração vibrando em sua voz. Eros soltou um riso sarcástico enquanto se recostava novamente no encosto da poltrona, observando Demétrio com desdém nos olhos. "Oh, o lobo está bravo," ele disse, o sarcasmo na voz evidente. "Cada palavra que sai da sua boca é apenas mais uma tentativa de irritar-me. Você sabe que eu gosto de ver você irritado, não sabe? Faz com que seu sangue corra mais rápido e suas pupilas se dilatem com a fúria."
As chamas da lareira estalaram enquanto Demétrio se afastou, seus instintos primitivos lutando contra a lógica. A visão de Eros, desfrutando do sofrimento humano como um banquete, era mais do que ele poderia suportar. Para ele, a vida e a morte de humanos não eram meras peças em um jogo; eram vidas, esperanças e sonhos se desvanecendo. "Você pode se deliciar à vontade com seu caos, Eros," Demétrio disse, seu tom mais calmo, mas ainda carregado de desdém. "Mas lembre-se: as consequências de suas ações sempre voltam para você. E, um dia, você terá que enfrentar o que criou." Eros sorriu, um brilho malévolo nos olhos, mas a ameaça nas palavras de Demétrio ficou no ar, como um eco sombrio. Ambos sabiam que a tensão entre suas naturezas seria apenas um fio mais em uma tapeçaria de conflitos que se estendia muito além das paredes do castelo. Eros cruzou as pernas elegantemente, a taça de sangue cheia entre os dedos longos. "As consequências de minhas ações são minha responsabilidade. Eu sou capaz de enfrentá-las facilmente." Ele tomou um gole do líquido vermelho, observando Demétrio com indiferença. "Eu nunca fui um homem que teme as consequências de minhas ações. E você... você apenas é outro peão nas mãos do destino. E eu sou o mestre desse jogo."
Eros estava sentado na poltrona, sua figura esguia quase se derretendo nas sombras dançantes da lareira. Os flocos de neve começavam a acumular-se nas janelas do castelo, criando um cenário quase etéreo que contrastava com a tensão pulsante entre ele e Demétrio. O vampiro olhou para o lobisomem, um sorriso sedutor curvando seus lábios, enquanto sua voz ressoava suavemente na sala. "Você não veio aqui apenas para se lamentar da morte de humanos fúteis que nem lhe fazem diferença, veio?" Eros disse, seus olhos brilhando com uma malícia contagiante. Havia algo hipnotizante em sua presença, como se o próprio ar estivesse carregado com um magnetismo inegável. Demétrio sentiu seu coração pulsar, não apenas pela raiva, mas também pela proximidade inquietante do vampiro. "Eles fazem diferença quando você os mata em atacado! Acabando com nossa fonte de alimento!" Ele respondeu, tentando manter a voz firme, mas o calor que crescia entre eles era inegável.
Eros levantou uma sobrancelha, os olhos vermelhos brilhando com um fogo impelente. Ele se recostou mais na poltrona, observando Demétrio com um olhar cheio de provocação. "Ah, você está com ciúmes," ele disse, a voz com um toque divertido. "Você deseja que eu não mate humanos, apenas para que você pudesse continuar desfrutando deles com o resto dos lobos?" Eros se levantou lentamente, avançando alguns passos em direção a Demétrio. A luz da lareira iluminava suas feições de maneira suave, destacando os ângulos de seu rosto. "Oh, querido Demétrio, você sabe que isso não é apenas sobre alimento," ele disse, inclinando-se levemente, sua voz um sussurro sedutor. "É sobre poder, controle… e, claro, a deliciosa decadência da vida humana." Demétrio sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ele sabia que deveria se afastar, mas algo na maneira como Eros o olhava, como se estivesse estudando cada reação, o deixava intrigado. "Você realmente não se importa com o que acontece com eles, não é?" Demétrio perguntou, seu tom misturando desdém e fascínio. "Eu me importo, de uma maneira muito particular," Eros respondeu, seu olhar fixo em Demétrio, quase desnudando sua alma. "A dor e a miséria deles… bem, são como uma sinfonia para mim.
Cada grito é uma nota, cada lágrima, um acorde. Não é verdadeiramente encantador?" "Você é um monstro," Demétrio declarou, mas havia uma hesitação em sua voz, uma parte dele que não conseguia desviar o olhar da beleza sombria de Eros. "Sim," Eros murmurou, um brilho de diversão em seus olhos. "Mas você gosta disso, não? A adrenalina que vem da luta entre a luz e a escuridão? É a mesma que o atrai para mim." Ele deu um passo mais perto, e a tensão entre eles aumentou, uma eletricidade que fazia o ar parecer mais denso. Eros se inclinou mais para frente, seus lábios chegando ao ouvido de Demétrio. "Eu gosto quando você me chama de monstro," ele sussurrou, a voz suave como a seda. "É quase como um elogio vindo da sua parte. Você sabe que, ao me desafiar, você está apenas atiçando minha natureza sombria." Ele deslizou os dedos pelas costelas de Demétrio, sentindo seu coração bater forte. "E, querido Demétrio, você não pode negar que isso lhe excita."
Demétrio, lutando contra seu desejo de recuar, permaneceu firme. "Eu não gosto do que você faz, Eros," ele respondeu, embora sua voz soasse mais fraca do que pretendia. "Você brinca com vidas como se fossem peças de um tabuleiro." "Talvez eu esteja apenas tentando entender melhor as regras do jogo," Eros disse, um sorriso enigmático dançando em seus lábios. "E quem melhor para me ajudar do que um lobo alfa? Você, Demétrio, é uma força a ser reconhecida. Há uma beleza em sua fúria, uma força que poderia se unir à minha." A proposta pairou no ar, intoxicante e tentadora. Demétrio sentiu um calor crescente em seu rosto, uma luta interna que se desenrolava dentro dele. "Não se engane, Eros. Nunca serei seu aliado nesse tipo de jogo." "Ah, mas você está aqui, não está?" Eros disse, a voz suave como seda. "E mesmo que suas palavras digam uma coisa, seu coração diz outra. Podemos encontrar um meio-termo, você e eu. O que acha de aproveitar essa noite juntos, longe do caos lá fora? Eu prometo que será… divertido." A intimidade crescente entre eles era palpável, um espaço onde a raiva se misturava ao desejo, onde a linha entre amor e ódio se tornava cada vez mais tênue. Demétrio sabia que precisava resistir, mas as palavras de Eros o envolviam como uma teia, cada promessa uma sedução irresistível. "Você é um sedutor, Eros," Demétrio murmurou, seu tom mais suave agora. "Mas não confunda isso com afeto." Eros apenas sorriu, um sorriso que carregava a escuridão de mil segredos. "Eu não confundo, Demétrio. Eu simplesmente aprecio a luta. Afinal, o que seria do amor sem um pouco de dor?"
Eros riu suavemente, seus lábios curvando-se em um sorriso malandro. "Há uma beleza em toda forma de arte, não é, Demétrio? Desde a mais perfeita estátua até a mais terrível dança da desonra. Todas têm seu próprio valor, sua própria escuridão escondida." Ele se inclinou mais próximo de Demétrio, o calor de suas palavras atingindo o ouvido dele diretamente. "E quanto à sua luta, meu querido lobo alfa? Será que não é hora de baixar guarda? Só... um pouco?" A cada passo de Eros, a distância entre eles parecia diminuir. Ele podia sentir a força e a energia que emanavam do outro homem, como se cada fibra de seu ser estivessem aguçando seus sentidos. Akira cerrou os dentes, tentando manter sua calma e força interior, mas era uma batalha contra si mesmo. "Eu não baixarei a guarda," ele respondeu firmemente. Eros soltou uma risada baixinha, um som que parecia mais um ronco do que uma risada típica. Ele se inclinou mais para perto, sua voz agora um sussurro rouco: "Você é muito obstinado, sabia? Mas, devo dizer, isso torna a conquista ainda mais apetitosa. Uma presa digna de minha atenção." Ele deslizou os dedos suavemente pelo rosto de Demétrio, percorrendo suas feições com um toque possessivo. Demétrio sentiu uma corrente elétrica percorrer seu corpo quando os dedos de Eros roçaram sua pele. Seu corpo reagiu involuntariamente, e ele engoliu em seco, lutando contra a vontade de se render à provocação do outro homem. "Não sou só uma presa," ele respondeu, sua voz trêmula. "Eu sou um lobo, um alfa. Não sou fácil de dominar."
Eros soltou outra risada, mais profunda e suave. Ele se moveu ainda mais, ficando cara a cara com Demétrio, seu corpo praticamente tocando no dele agora. "Ah, você é um lobo, sim. Um alfa poderoso, como já disse." Ele deslizou a mão pela bochecha de Demétrio, acariciando suavemente. "Mas, devo dizer, você tem uma parte indefesa em você também. Uma delicadeza... que me fascina mais do que tudo." Demétrio não pôde evitar o arfar silencioso que escapou de seus lábios ao sentir os dedos de Eros em sua face. Ele não podia negar que havia algo hipnotizante na maneira como o outro homem o tocava, como se quisesse desnudar suas vulnerabilidades mais íntimas. "Tão delicado, Eros?" ele perguntou, tentando recuperar o controle de si mesmo. "Você não parece estar falando de um lobo alfa agora." Eros moveu sua mão para roçar os lábios de Demétrio, quase como se quisesse marcar a pele do outro homem com seu toque. "Ah, você pode se manter duro e rijo à vontade, meu querido lobo alfa," ele murmurou, seus olhos vermelhos brilhando com um fogo sádico. "Mas, nesse momento, tenho uma vontade de ver sua máscara caindo abaixo daquilo que você tenta esconder com tanta força."
Demétrio podia sentir seu coração batendo cada vez mais rápido, bombeando sangue quente por seu corpo. Estava lutando contra a sensação de vulnerabilidade que Eros provocava nele, tentando manter seu controle. Mas, cada vez mais, ele podia sentir essa barreira interna desabar sob o toque e as palavras do outro homem. "Você gosta mesmo de fazer homens resistentes se submeterem, não é?" ele disse, a voz um pouco rouca. Eros riu novamente, seu sorriso maléficamente belo enquanto ele aproximava seu rosto do de Demétrio, roçando seus narizes suavemente. "Ah, meu querido lobo alfa, eu adoro essa resistência em você. É um desafio, um jogo excitante. Quanto mais você tenta se conter, mais eu quero te ver caindo para mim." Ele acariciou a bochecha de Demétrio novamente, seus dedos tocando gentilmente a pele macia. "E você, meu lindo lobo, está começando a ceder..." Eros riu baixinho. "Por que não se senta comigo, Demétrio? Eu quero lhe dar um presente, em nome de nossa velha amizade." Ele passou os dedos pálidos em seus cabelos azuis de maneira sedutora, suas mãos deslizando em seus lábios. "Ou eu posso fazer com você em pé mesmo, você que sabe." Demétrio sentiu uma onda de excitação percorrer seu corpo com a sugestão de Eros. Ele respirou fundo, o cheiro de Eros o enlouquecendo. Tentava desesperadamente manter a linha, mas era difícil quando o outro homem parecia querer quebrá-lo. "Você é maldito, Eros..." ele murmurou, tentando lutar contra a vontade de se entregar a ele.
Eros sorriu de maneira maliciosa, sentindo o efeito que suas palavras e toques estavam tendo sobre Demétrio. "Ah, meu querido lobo alfa, você está cada vez mais tentador. Estou começando a pensar que eu deveria tirar essa resistência toda de você, e fazer com que você se torne meu completo." Ele se mexeu mais próximo, roçando a ponta de seus dedos de maneira leve, provocativa, sobre seus lábios. "Fique comigo, Demétrio. Apenas por hoje. E, em troca, vou te dar algo realmente... interessante." Demétrio fechou os olhos, tentando reunir sua força de vontade. Mas a oferta de Eros era tentadora demais, e ele podia sentir seu corpo se entregando aos poucos. "O que exatamente é esse presente interessante, Eros?" ele murmurou, o rosto quente e os músculos tensos. Eros riu de maneira sedutora e maliciosa. "Você prefere que eu lhe de prazer com minha boca ou meu corpo?" Os olhos de Demétrio se arregalaram com a pergunta inesperada. Ele nunca teria se considerado alguém que se entregava facilmente, mas a maneira como Eros o provocava, como ele mexia com seu corpo e sua mente... era intoxicante. "Seu... corpo," ele respondeu, a voz trêmula. "Eu quero sentir seu corpo, Eros." Eros sorriu. "Sente-se e abaixe as calças, Demi." A ordem de Eros mandou choques de excitação no corpo de Demétrio.
Seu lobo interior rugiu de excitação. Sem nem pensar duas vezes, ele obedeceu. Sentando-se no sofá e abaixando suas calças, revelando o quão duro ele estava. Eros riu baixinho. "Eu sabia que você estava completamente duro por mim." Eros riu. "Cale essa maldita boca e sente-se em cima de mim." Demétrio ordenou. Eros riu novamente, desta vez com uma nota de aprovação, quase como se estivesse impressionado. "Ah, você é mais impaciente do que eu pensava, meu lobo... E tem um lado dominador, também." Ele se moveu, ficando de frente para Demétrio e abaixando suas calças, abrindo suas pernas e se sentando no colo de Demétrio. Sua pele pálida exposta, seu membro tão duro quanto o do lobo. "Excitante..." Ele murmurou, esfregando suas nádegas no pênis duro de Demétrio. Impaciente, o lobo agarrou a bunda pálida do vampiro, abrindo suas bandas e se posicionando em sua entrada. "Eu vou fazer você se arrepender dessas provocações." Ele enfiou em Eros sem nenhuma delicadeza, sentindo o quão apertado o amigo era. A sensação era insuportavelmente boa, e Demétrio fechou os olhos. Eros também fechou os olhos, se acostumando com a invasão, Ele riu baixinho, embora seu rosto mostrasse um pouco de dor. "Oh...Demi..." Ele gemeu. Movendo-se para cima e para baixo com o corpo trêmulo em cima de Demétrio, arrancando gemidos de prazer do lobo alfa. Os gemidos de Eros se misturavam com os de Demétrio, enquanto os dois se entregavam um ao outro, sem preocupações ou hesitações. Ambos dominados pelo prazer, os limites da razão deixando a mente e o corpo abertos às sensações. Os corpos se moviam juntos, cada centímetro do contato se fundindo em um nevoeiro de prazer e emoção.
Finalmente, quando as ações e palavras cederam lugar a puro prazer, Demétrio e Eros se entregaram completamente um ao outro, sem limites ou fronteiras, só prazer e desejos desesperados e reprimidos finalmente liberados e aliviados. Demétrio manteve seu olhar firme em Eros, segurando sua bunda com força, apertando ainda mais. "Acabaram as provocações Eros, ficou mudo depois de me sentir dentro de você?" Ele murmurou. Havia desespero em seus olhos, mas ao mesmo tempo uma doce satisfação e luxúria por estarem finalmente se comendo em sua forma mais vulnerável. Entre esses momentos de prazer e entrega total, um arrepio de emoção percorreu o corpo de Eros, uma sensação profunda de conexão com o lobo ao seu redor. Ele se inclinou mais para frente, tocando os lábios de Demétrio com ternura, tentando transmitir tudo o que não podia verbalizar. "Você quer que eu provoque você enquanto eu cavalgo em seu colo, Demi?" Ele disse com a voz trêmula, mas ainda terrivelmente sedutora. "Tenta". "E, se você estiver pensando em fazer qualquer provocação contra mim, vou fazer você gemer tão alto que todos ouvirão", respondeu Demétrio com a voz rouca, sem tirar os olhos de seu rosto. A intensidade do momento e o poder que Eros exercía sobre ele eram surpreendentes. Demétrio sentia que poderia se afundar nele por toda a eternidade e mesmo assim não seria o suficiente.
"Ah, Demi." Eros gemeu, levantando o quadril e depois descendo com força em Demétrio, lançando um arrepio de prazer por toda a espinha do lobo alfa. "Não me subestime. Eu sou perfeitamente capaz de continuar provocando você, mesmo nessa posição vulnerável." Eros gemeu novamente, o prazer se intensificando com a sensação das presas de Demétrio em sua pele. "Isso é novo," ele comentou. "Você me marcando assim." Eros estava acostumado a ser o dominador, o predador, mas dessa vez ele estava completamente entregue ao lobo. Enquanto as presas de Demétrio continuavam cravadas em seu ombro, Eros deslizou os braços por trás da nuca do lobo, puxando seu rosto para mais perto da pele sensível e pálida de seu pescoço. "Você sempre teve vontade de fazer isso?" Eros perguntou com uma voz rouca, saboreando a vulnerabilidade de estar marcado por um lobo alfa. "Acho que sim," o lobo murmurou, começando a chupar e lamber a pele ao redor do pescoço de Eros.
"Eu sempre tive vontade de te domar, Eros, de te marcar como meu para sempre." "Como quiser," Eros respondeu com voz suave, inclinando a cabeça para dar a Demétrio mais acesso aos pontos sensíveis de seu pescoço. A forma como Eros era vulnerável agora, completamente à mercê do lobo alfa, era quase desconcertante. Ele era sempre tão protetor, tão forte, e agora estava entregue, sem nenhuma barreira ou defesa entre eles. "Isso é um maldito truque, não é?" Demétrio ofegou, sentindo mais uma sentada forte de Eros, fazendo sua mente nublar. Eros sorriu, um sorriso levemente malicioso no rosto, enquanto movia suas mãos para o cabelo do lobo, passando os dedos pelos fios. "Eu não estou fazendo nenhum truque, meu lobo. Só mostrando as capacidades que possuo. Que se você não tiver cuidado, vai deixar de se acostumar a ter domínio no nosso relacionamento." O vampiro se inclinou mais próximo do lobo, quase roçando seus lábios contra os seus.
Demétrio sentiu uma mistura de desafio e excitação nas palavras e ações de Eros. "Ah, é mesmo? Vou deixar de ter domínio em nosso relacionamento, é?" Perguntou, a voz meio rouca devido ao prazer que sentia com a provocação de Eros. "Vai me fazer gemer, é?" Eros riu baixinho, levantando seu quadril totalmente, tirando toda a extensão de Demétrio de dentro dele, e depois, sentando-se forte, colocando tudo dentro novamente. A sensação era muito boa, e Demétrio soltou um gemido contido. "Sim, vou fazer você gemer, meu delicioso lobo..." "Isso é fácil demais," Eros murmurou entre suspiros, colocando-se para frente e beijando o lobo com uma sede quase desesperada. Demétrio retribuiu o beijo, sentindo a intensidade da vontade do vampiro em controlar as ações. Eros afastou o beijo, apoiando suas mãos no peito de Demétrio, sentindo a musculatura sólida sob sua mão. "Você é tão forte... Mas não tão forte para mim no momento," Eros disse com um meio sorriso malicioso. Enquanto movia suas mãos pelas laterais largas de Demétrio, Eros começou a murmurar palavras sujas no ouvido do lobo, o excitando ainda mais. "Está gostando de me foder, meu querido lobo? Como meu corpo está te tratando? É bom não é?" A voz de Eros era baixa, trêmula e carregada de desejo.
"Isso é demais," o lobo murmurou, seus dedos se enterrando nos cabelos azuis de Eros. "Tenho que te fazer gemer primeiro." Ele se inclinou para frente, mordendo o pescoço de Eros com ferocidade, sem nenhuma delicadeza, como se estivesse desafiando o vampiro a continuar com provocações. Eros gemeu alto, sentindo o lobo finalmente tomar o controle do corpo deles. "Sabe que eu amo o jeito que você me domina," Eros disse entre suspiro, com a voz rouca. "Faça-me gemer. Mostre que eu sou completamente seu, meu querido lobo. Eu pertenço a você, e você sabe disso." "Ah droga, merda....Eri...." Demétrio finalmente permitiu fechar os olhos e gemer também, agarrando firme na bunda de Eros e metendo mais forte. "Porra...geme para mim...Eri..." Ele murmurou baixinho. Eros ofegante, segurou-se no peito de Demétrio, ajudando nos movimentos e movendo seus quadris. Eros fechou os olhos, entregando-se completamente aos movimentos do lobo abaixo dele, desfrutando da sensação intensa e maravilhosa que ele estava proporcionando. Ele continuou cavalgando Demétrio com mais intensidade e força. Seus corpos começando a ficar molhados de suor. Eros, sem perder nenhum momento, voltou a beijar o lobo com intensidade, colocando novamente seu gosto em sua língua. Demétrio devolveu o beijo de forma necessitante, sentindo a sede do vampiro controlando-o por inteiro, como se ele pertencesse a Eros.
"O que nossos clãs diriam se nos visse agora?" Eros provocou. "O lobo rei alfa e o Lord Rei Vampiro fodendo juntos..." Ele riu baixinho, seu rosto se contorcendo de prazer. "Cala essa maldita boca..." Demétrio respondeu num gemido rouco, segurando Eros mais forte e puxando seu corpo magro e pálido para mais perto dele. "Você sabe que somos malditos inimigos..." "Somos inimigos?", Eros se inclinou para baixo, o rosto próximo do de Demétrio. "Isso não importa. Hoje, agora mesmo, eu não pertenço a mais ninguém, a não ser a você." Eros beijou o lobo com um desejo insaciável, sua língua percorrendo as fossas palatinas de Demétrio com uma intensidade quase desesperada, como se tentasse devorar cada pedaço de seu corpo. Demétrio devolveu o beijo igualmente agressivo, agarrando nos cabelos de Eros e os puxando com força, até mesmo naquele momento de prazer e entrega havia uma fagulha de rivalidade entre eles. Eros gemeu de prazer, o corpo arqueando-se contra o lobo em uma onda intensa de excitação. "Oh, você vai ter que me dar muitas provocações para me fazer gemer de verdade," Eros retrucou enquanto moveu-se para frente, sentindo o corpo de Demétrio mais apertado. "Eu ainda consigo controlá-lo, lobo maldito..."
"Cala essa porra de boca...morcego idiota..." Demétrio disse, agarrando as coxas de Eros, abrindo mais suas pernas, e o jogando no sofá. Subindo em cima dele, e assumindo uma nova posição. Eros riu, o corpo estremecendo com a nova posição. "Ah, é assim que você vai me foder hoje, senhor lobo?" Os corpos dos dois estavam em completa entrega, extremamente excitados. Demétrio lançava um olhar penetrante em Eros, enquanto a penetração aprofundava. O vampiro estava deitado de de costas no sofá, as pernas levantadas e completamente abertas para Demétrio, seu quadril pressionado o máximo possível no corpo do lobo. Ele pendurava o vampiro, focalizando seus braços e joelhos estendidos, com os quadris afastados, mas com os pés juntos.
As pernas de Eros estão próximas aos cotovelos do lobo, e ele acariciava os quadris e nádegas de Demétrio. Eros sentia as mãos de Demétrio em suas coxas, abrindo-as mais para ele tomar mais contato com o corpo do vampiro. Demétrio olhou diretamente para seu rosto, seus olhos azuis repletos de desejo. Eros se mexeu com uma excitação quase insuportável. "Demi... Por favor..." Eros estava implorando... Nunca imploraria para ninguém, mas com Demétrio era diferente... Ele se sentia completo quando se entregava ao lobo, entregando seu corpo e sua força para a dominação dele. "Eri...ah!" Demétrio fechou seus olhos, o suor causado pelos seus movimentos pingando no rosto de Eros. Eros encarava Demétrio com uma satisfação intensa, como se estivesse se divertindo com sua reação aos movimentos de seu corpo. "Viu? Você está gemendo agora," Eros disse, o tom de sua voz rouco de prazer. "Não tente negar que gosta disso, minha fera." "Porra sim, eu gosto...eu gosto de foder você." Ele gemeu, ainda com os olhos fechados, aumentando a velocidade das estocadas dentro de Eros. "Mas você também gosta, está ofegante, e não está mais tão falante como antes." Eros sorriu, ele ia falar algo, mas o prazer da estocada de Demétrio calou sua boca, fazendo um único som de gemido agudo sair de sua garganta. "Ah, droga, vampiro desgraçado...eu vou gozar..."
Os olhos de Eros se iluminaram com o novo sentimento, a sua vontade de ser dominado por Demétrio era tão intensa que ele não poderia esconder nenhuma emoção. "Sim, isso... Me preencha... por favor, me faça ser seu," Eros disse sem fôlego, cada palavra marcada pela satisfação intensa. As palavras do vampiro foram demais para Demétrio, ele se inclinou, afundando sua cabeça no pescoço dele, socando fundo em Eros, atingindo lugares onde ele nem sabia ser possível, ambos revirando os olhos de tanto prazer. Demétrio atingia aquele ponto crítico dentro de Eros, uma região próxima de sua próstata que desmoronou de vez toda arrogância do vampiro, fazendo ele apenas gemer e se contorcer de prazer, agarrando as costas de Demétrio com força e arranhando sua pele com suas garras. Arrancando sangue do lobo. "Ahhh!" Ele gritou, e em uma última estocada profunda, ele se derramou dentro do vampiro. Sentindo os espasmos do orgasmo atingindo seus corpos, Demétrio finalmente caiu em cima de Eros, ofegante, exausto e completamente satisfeito. Séculos de rivalidade e amizades se dissolvendo em uma luxúria inegável e em um amor genuíno entre velhos amigos. Eles jamais falariam um ao outro que se amavam, embora fosse isso que eles sentissem pós orgasmo. Eros apenas agarrou Demétrio mais forte, desejando que o lobo ficasse dentro dele para sempre. Ambos ofegantes pelo intenso exercício de prazer e luxúria que compartilharam. E Demétrio se permitiu beijar Eros nos lábios, desta vez com carinho.
Eros permaneceu em silêncio por um momento, absorvendo as emoções intensas que percorriam seus corpos. Ele podia sentir o alívio de estar finalmente vulnerável e entregue, algo que nunca imaginava ter. Mas naquele momento, ele somente se permitiu desfrutar da presença do lobo. Depois que se recuperou, ele finalmente falou, com a voz suave. "Demétrio... eu... eu nunca te disse o quanto gosto de você, não é...?" "Depois de mil anos você decidiu ser carinhoso comigo, Eros?" ele murmurou, ainda conectado ao vampiro, seus corpos suados se esfregando. Eros riu baixinho, a mão vagando pela pele do lobo, "Eu só estou começando a aprender com você, meu amigo." Ele sorriu, acariciando a bochecha do lobo. "E você sabe bem que eu nunca soube demonstrar meus sentimentos, meu lobo precioso." Eros deslizou as mãos por abaixo de Demétrio, começando a acariciar as costelas do lobo. "Cala a boca...nós dois sabemos que amanhã vamos nos odiar profundamente de novo.” Eros riu, seu corpo ainda preso aos do lobo, "Talvez, mas eu posso aproveitar o momento," ele murmurou, ainda acariciando o corpo de Demétrio. "Me permite ser vulnerável hoje, meu lobo precioso." Ele levantou as mãos, acariciando os cabelos de Demétrio, os dedos desenhavam linhas de carinho em seu corpo. "Claro." Ele murmurou, fechando os olhos e se aconchegando mais no colo de Eros. "Hoje podemos ser vulneráveis e patéticos. Mas amanhã, eu vou odiar você com muito mais força." Eros sorriu e riu baixo, "Só hoje, meu querido lobo precioso," ele falou de maneira sarcástica, mas com um tom de verdade. "Hoje podemos ser vulneráveis, amanhã podemos ser os mesmos velhos rivais de sempre. Mas hoje, eu quero aproveitar você." Eros beijou a têmpora do lobo.
Demétrio abriu um pouco os olhos, não muito, mas o suficiente para ver Eros. "Se eu dormir agora, não vou acordar amanhã com alguma faca de prata no pescoço, vou?" Eros riu, "Não, meu lobo precioso, eu não vou te esfaquear enquanto você estiver dormindo. Eu poderia matar você de inúmeras maneiras, mas, dessa maneira? Depois de compartilharmos um momento íntimo? Não é digno do meu nome e do meu legado." Ele respondeu de maneira sarcástica, o sarcasmo era parte de sua personalidade. Eros sorriu e deu um beijo na têmpora de Demétrio novamente, "Se você se aconchegar mais em mim, eu posso te fazer sonhar profundamente. Não vou machucar você Demi, eu prometo." Eros ficou calado por um tempo, sentindo as batidas aceleradas do coração de Demétrio. "E você também não vai me machucar se eu dormir ao seu lado, vai?" Demétrio riu, um riso sincero que Eros nunca o escutou antes, um riso que ecoou no coração do vampiro. Ele apoiou a cabeça em seu peito, ouvindo seu coração batendo rapidamente. "Eros de Eternité, você é tão bobo quanto uma criança," ele murmurou, com ternura, "Não vou machucar você enquanto tiver esse lindo sorrisinho bobo no rosto." Demétrio abraçou Eros, e o vampiro retribuiu, abraçando o lobo forte.
Eros assentiu com a cabeça, seu corpo relaxando. "Sim, é verdade," Eros murmurou, finalmente fechando os olhos. As batidas suaves do coração de Demétrio batiam contra seu ouvido, e Eros sentiu-se tão confortável que não demorou muito para adormecer. Eros dormiu profundamente no abraço de Demétrio, um sorriso sonolento no rosto. Demétrio, por sua vez, também acabou adormecendo. Confiando que Eros não o machucaria, mesmo que fosse em nome da velha amizade. Ambos dormiram profundamente durante a noite, aconchegados na presença um do outro. Na manhã seguinte, Demétrio acordou primeiro, ele se mexeu um pouco ao sentir o vampiro abaixo de si. Ele encarou Eros por alguns minutos, notando seus corpos nus e se lembrando da noite passada. "Eros..." Ele murmurou com a cara fechada de sempre. Levantando-se com cuidado para não acordar o vampiro, ele começou a se vestir. Ele lançava olhares em direção a Eros ainda dormindo, pensando consigo mesmo. "Ele é tão doce quando está dormindo assim, nem parece o mesmo vampiro filho da puta que manipula tudo ao seu redor." Ele rosnou baixo, se lembrando da conversa da noite anterior onde Eros pediu que ele o protegesse em seu sono. Demétrio sabia que ele não iria acordar tão cedo. Era comum que vampiros dormissem durante o dia inteiro. Ele suspirou. Pegando Eros no colo, e caminhando com ele até o quarto do vampiro, pousando seu corpo gentilmente na cama, procurando entre os armários um lençol para cobrir o velho amigo. Depois de aconchegar Eros bem entre os cobertores pesados, Demétrio se permitiu olhar para ele uma última vez, antes de ir embora.
Eros acordou algumas horas depois, se sentindo estranhamente aconchegado. Ele se sentou na cama, notando as cobertas pesadas em seu corpo. Ele lembrou do que aconteceu na noite anterior, e lembrou-se também de estar agarrando Demétrio com força. Ele olhou em todas as direções, mas não o viu por perto. Eros levantou-se, procurando pelo lobo precioso. Demétrio já havia ido embora? Eros procurou pelo quarto, tentando encontrar Demétrio. No entanto, não houve nenhum sinal do lobo. Ele sentiu-se vulnerável por Demétrio ter ido embora sem se despedir. Mas logo, ele riu de si mesmo, pensando "como eu fui um tolo, idiota." Eros então notou um lenço azul-claro, meio escondido perto de sua cama, com uma pequena carta em cima. Ele franziu os lábios e pegou o lenço, abrindo-o para ver a carta.
Eros,
"Eu fiz questão de usar um lenço da sua cor favorita, para que sempre se lembre de mim. Você deve estar pensando agora que acordou, a resposta é não, eu não fugi. Eu simplesmente resolvi voltar para minha alcateia, afinal, eu sou um alfa e tenho obrigações com meu clã. Mas, não pense que fiquei assustado ou me arrependi do que fizemos, porque ainda que eu odeie você com cada fibra de minha alma, eu prometi cuidar de você enquanto você dormia profundamente, e eu cumpri com a minha promessa. Espero que tenha dormido bem sob minha proteção.
Demétrio.
Eros riu consigo mesmo, o silêncio estranho no lugar não parecia um silêncio confortável, mas sim um vazio triste. Eros amou aquela carta, especialmente a parte "eu te odeio", pois era familiar, era a maneira que se expressavam os velhos amigos. Ele poderia dizer que amava o lobo precioso que lhe escrevera, mas não o faria, não depois de tudo que aconteceu. Mas Eros, mesmo assim, amava. Ele sorriu, seus olhos brilhavam com satisfação. Abraçando com força o lenço, seu coração começou a bater mais depressa ao saber que o lobo precioso cumpriu com a promessa de cuidar dele ao ponto de colocá-lo confortavelmente em seu próprio quarto. Eros deu um beijo no lenço, abraçando-o ainda mais. "Meu lobo precioso," Eros murmurou, "Eu queimaria o mundo inteiro, só para poder ter você em meus braços." Eros riu, ainda abraçando o lenço e a carta. Ele sentia seu rosto vermelho e um olhar doce em seu rosto que não era sua personalidade de jeito nenhum. Demétrio sempre foi o único que poderia tê-lo e provocá-lo desta maneira. Ele suspirou fundo, "O quê que você fez comigo, lobo idiota?" Sussurrou em voz baixinha, falando consigo mesmo. "Demi, você me arruinou." Eros se sentou na cama, segurando o lenço contra seu peito. "Eu te detesto tanto," Eros murmurou, sentindo uma sensação que não sentia há muito tempo, algo diferente, quase como... sentimentos. Ao tocar o lenço contra o peito, Eros se sentiu estranhamente desprotegido, quase como se o mundo que ele conhecia estivesse se afastando debaixo de seus pés. Ele passou os dedos pelas letras escritas por Demétrio, cada linha desenhada com um misto de raiva e carinho que ele conhecia bem demais. "Eu te odeio," ele murmurou, repetindo a linha que Demétrio havia escrito. "E por isso mesmo, estou completamente e irrevogavelmente perdido por você."
Sabia que era uma confissão que jamais teria coragem de dizer em voz alta, mas a realidade, com toda a sua ironia cruel, o deixava claro: Demétrio era mais do que um rival, era a peça que faltava para ele se sentir completo. O vampiro suspirou, mordendo o próprio lábio ao recordar cada detalhe da noite anterior — o toque bruto, a intensidade do olhar feroz de Demétrio, o calor que fez com que ambos mergulhassem na profundidade de emoções que tanto temiam. "Meu lobo precioso," sussurrou mais uma vez, com um sorriso de escárnio e ternura. A memória de Demétrio levando-o para a cama e cobrindo-o com aquele gesto de proteção lhe causava um misto de humilhação e conforto. Odiava o fato de que Demétrio havia se tornado uma das poucas pessoas com quem ele se permitia ser vulnerável, alguém com quem podia rir sem o peso de sua eterna guerra com o mundo. Ainda abraçando o lenço, ele se deitou novamente, sentindo o cheiro quase imperceptível de Demétrio no tecido. A sensação de perda o atingiu com força ao perceber que, assim como o lobo havia ido embora silenciosamente, também podia desaparecer de sua vida, levando com ele essa possibilidade estranha e deliciosa de encontrar alguma paz em meio ao caos. Eros fechou os olhos, murmurando num tom quase inaudível. "Sim, Demétrio, me arruinou... E, ironicamente, me deu o único desejo que eu nunca soube que tinha. Amor…"