
CrisRibeiro @CrisRibeiro
#Desafio 165
Higiene Pessoal
Sabonete pela metade.
Como eu.
Usada.
Lisa.
Gasto no atrito
de mãos que nunca perguntam.
Cheiro bom escondendo
a sujeira que gruda:
sorriso em manhã de ressaca.
Ninguém sabe
quanto custou se manter limpo,
parecer leve.
Só se espera.
Só se cobra
ser cheiro, ser espuma, ter graça.
Mesmo quando a alma apodrece
no canto do box.
Cr💞s Ribeiro

MarU @MarU
#Desafio 156
*Dez coisas que adoro em você*
Adoro
seu jeito calmo,
seu olhar cansado,
que sempre fala algo.
Sua boca contida…
Essa sua
cara de “nada”,
de quem tenta disfarçar
a vontade atrevida,
mas não consegue.
Sua voz educada…
e a forma
como você me olha,
quando diz algo,
que só a gente entende.
Adoro a sensação
de formigamento,
que vem me tomando
por dentro,
quando você vem
chegando perto.
Sempre me preparo
para algo…
Nunca sei
o que será!
Adoro quando você
me surpreende…
E depois,
sabendo que
me compreende,
faz esse jogo louco,
de atiçar e soltar,
só pra me fazer
ficar assim…
louca de saudades
e vontades…
Controlando liberdades,
até o momento
de saciarmos de verdade,
tudo o que guardamos
até podermos
estar a sós…
só eu e você.
Quase esqueci de dizer:
— Te adoro!
MarU

jjr @jjr
§
És tú.
Harmonia,
meu doce preferido.
O olhar intenso chama.
Tua sabedoria.
Da cor a beleza,
leias, deleita e faça-se meu leito,
amor & calmaria.
§*§
JJr.

jjr @jjr
***
Chamas que dançam
saravam multicoloridas.
Cera grossa e lisa.
Paleta de tinta derretida
dos santos bafo quente
purifica a vida.
***
JJr.

jjr @jjr
§§§
Me apego a lembrança que guardo de cores.
Assim como recém-nascidos
de olhares curiosos, assíduos e fascinados.
§§§
JJr.

MarU @MarU
#Desafio 155
*Noite pesada*
A noite
chegou pesada.
Arrebatou-me
ao sono,
quase mortal.
Descansei!
Mas o dia
não tarda,
não falha.
Ele sempre vem,
pontual,
despontando a luz
nas frestas
da janela.
Iluminando
a casa.
E o corpo,
ainda pesado
do sono de ontem à noite…
Como despertar?
Um pouco
de água gelada
no rosto
e uma xícara
caprichada
de café forte,
por favor!
MarU

MarU @MarU
#Desafio 154
*Tango suave*
Ah, juízo,
por que
me abandonaste?
Despindo
cada milésimo
da minha alma,
me envolvendo
num tango
suave.
A cada frase,
um arrepio.
Com a alma
flutuante,
rodopio,
sentindo o toque
desse beijo
sonhado.
Você
me tem
nas mãos,
confidencio!
Congelada
na sua frente,
revelando
meus segredos,
intimamente
desnudada.
Profundamente
preocupada,
com o que virá
depois
do nosso abraço.
MarU

MarU @MarU
#Desafio 153
*Serás*
E em madrugadas
insones,
nos embriagamos
de sentimentos
borbulhantes,
ébrios
e conflitantes.
Nos pomos
à mercê da dúvida.
Dos serás
que serão…
ou não?
E se serão,
será que
seremos?
Não sabemos.
Queremos tanto…
e ao mesmo tempo,
não sabemos
o que queremos.
Então…
Vivemos,
até quanto der.
Se puder?
Mesmo sabendo
que não devemos.
MarU

CrisRibeiro @CrisRibeiro
#Desafio 164
O encontro
foi sol:
simples
feito sede.
Ardeu onde
nem tinha pele…
Aí ele
(olho sem manual)
disse sem dizer:
fica?
E agora
essa dúvida que
morde:
vou?
Ou fico onde já sei
a coreografia?
Tarot ri
como quem já viu esse filme:
vai.
Não se navega
mapa de alma
com GPS
sintonia não se explica
se brinda
(e se tropeça,
dança).
Não deixa o medo
pôr armadura
no que é só
neblina querendo parecer concreto.
Você
é sol
de estourar lente
não cabe em sombra-nenhuma.
Então vai
com medo mesmo
com mão suando
com tudo.
Segundo ato
não tem script
tem espaço.
E você
foi feita
de possibilidades
e luz
que brilha
antes mesmo
de nascer.
Cr💞s Ribeiro

CrisRibeiro @CrisRibeiro
#Desafio 163
A Luz que Pisca
A luz do espelho pisca.
Um alerta.
Um quase.
Não sei se é sinal divino
ou curto no destino.
Talvez Deus
brincando de Morse.
Ou talvez só falte
chamar o eletricista:
fazer remendo no fio
da minha sanidade,
pendurado no teto.
Já pensei em rezar,
em chamar alguém.
Já pensei demais…
É difícil diferenciar fé
(com cara de gambiarra)
de fiação exposta,
com cheiro de queimado,
quando a vida
volta a ser meio apagada.
Cr💞s Ribeiro

literunico @literunico
Dia 342
Melindre
Um gesto torto
Uma palavra, e já se encolhe.
Melindre não difere,
prefere...
o silêncio onde o orgulho se recolhe.
Mora no excesso do tato,
na espera do tom exato.
No olhar que se perde no ato
e no afeto, sempre, ingrato.
Não é vaidade pura,
mas uma flor mal regada.
Tem raiz na ternura
e no medo da alma tocada.
Quem o sente, se priva de carinho,
É caminha sobre brasas.
Melindre é um grosso espinho
em meio às suas próprias asas.
Eder B. Jr.

literunico @literunico
#Link365TemasLivros
#Desafio365Livros
Dia 29
Comente na Biblioteca em um livro onde a literatura serve como rito de despedida, obras que se aproximam da morte não com frieza ou grandiloquência, mas com intimidade, quando a narrativa toca o corpo frágil, o tempo curto e o silêncio necessário.
(Vale comentário em marcação de Lido ou em Leitura e resenha, não esqueça de marcar a caixa de compartilhar no perfil)
#Desafio365postagens
Dia 167
A Última Voz
Há livros que não se escrevem para durar,
mas para deixar partir.
A narrativa se aproxima do leito
com mãos firmes, mas olhos úmidos.
Não para consolar,
mas para cuidar do que ainda respira
antes que o mundo recolha de vez.
A despedida não grita.
Ela murmura.
Ela observa.
Ela recolhe o que sobra
E faz sua obra.
E entre os lençóis,
as palavras limpam,
nomeiam,
abençoam o fim
como quem agradece o começo.
Eder B. Jr.
Indicação do @literunico
#Misericórdia(ediçãobrasileira.DamesmaautoradeDiantedamantadosoldado)
Status da Leitura: Iniciando Leitura
Detalhes do Livro: Misericórdia (edição brasileira. Da mesma autora de Diante da manta do soldado)

literunico @literunico
#Link365TemasLivros
#Desafio365Livros
Dia 28
Comente na Biblioteca em um livro onde a imensidão se esconde no cotidiano, onde o enredo não depende do extraordinário, mas de uma chaleira no fogo, uma palavra não dita ou um gesto que carrega o peso de uma vida inteira.
(Vale comentário em marcação de Lido ou em Leitura e resenha, não esqueça de marcar a caixa de compartilhar no perfil)
#Desafio365postagens
Dia 166
O Quase Nada Que Ferve
Nem toda história precisa explodir.
Algumas apenas esperam.
E, enquanto esperam,
revelam o que o ruído não deixa ver.
O tempo, aqui, é demorado.
O gesto, pequeno.
O fogo, baixo.
Mas o que se cozinha não é só água:
é a alma contida
em olhares curtos,
em silêncios longos,
em esperas que dizem mais que qualquer desfecho.
Porque o cotidiano,
quando bem escutado,
ferve.
Eder B. Jr.
Indicação do @literunico
#ENQUANTOAÁGUAFERVE
Status da Leitura: Iniciando Leitura
Detalhes do Livro: ENQUANTO A ÁGUA FERVE

Jusley Naiane @JuNaiane
A dureza com que me olhas,
como quem desvenda todo meu íntimo;
Faz com que eu estremeça
por todas as extremidades.
Faz com que o meu corpo ínfimo
vibre, implore e enlouqueça,
Faz com que minha boca peque
proferindo obscenidades.
#desafio 365/162

Priscila Moreira @priscilamoreira
Limbo Constante
Presa num limbo constante,
onde o amor parece distante,
a maré sempre conduz ao contrário
e o vento sussurra noutra direção.
E, mesmo que às vezes pareça um sim...
é apenas a vida gritando que NÃO.
Nem digo que seja líquido,
o afeto parece-me névoa que se dispersa
em sua mais infame transitoriedade,
onde tudo se esvai com o vento,
perdido no pouco tempo,
onde nada de fato é concreto,
nada é realmente certo,
e nada é de verdade.
Meus passos encontram outros pares,
nos enxergamos,
nos conectamos,
mas logo perdemos nossos olhares.
Tudo começa entre um sim e um talvez,
logo tornam-se um sim e outro sim,
depois, o não nos alcança outra vez
e, de repente, temos apenas outro fim.

tibianchini @tibianchini

tamarasfawkes @tamarasfawkes

tamarasfawkes @tamarasfawkes

CrisRibeiro @CrisRibeiro
#Desafio 162
Azulejos Confessionais
Os azulejos não ouvem,
mas guardam.
Sabem de mim mais que eu.
Sabem do choro mudo,
do sangue escondido,
do suspiro às 3h27.
Confesso a eles
porque não me interrompem.
Não julgam.
Nem dizem que vai passar.
Só ficam:
Friamente fiéis.
Cr💞s Ribeiro

CrisRibeiro @CrisRibeiro
#Desafio 161
Reflexo Falho
O chão frio
do banheiro
permanece
fiel.
A imagem
no espelho
é que trai,
oscila,
feito fases
da lua.
Às vezes
reluz,
noutras
enegrece.
Sempre
trincada,
nunca
inteira.
Talvez
o problema
seja
a penteadeira.
Ou quem
penteia feridas
como se fossem
cabelos.
Cr💞s Ribeiro

CrisRibeiro @CrisRibeiro
#Desafio 160
EIDOLONS
Sinto
saudade
não sei
de quê.
Do que
inventei,
do que sonhei,
do que
menti
para mim.
Saudade
órfã,
bastarda,
costurada
na insônia.
Foi
sem ser.
Ficou
sem estar.
Eco
do não.
Cheiro
de pele
inventada.
Gosto
de beijo
sem boca.
Língua
de Eidolon,
sem
centelha
de alma.
Cr💞s Ribeiro

Pammella Marins @pammellamarins

Pammella Marins @pammellamarins

Pammella Marins @pammellamarins

Clássicos da Literatura @classicos
Livro: Uma Praga Rogada nas Escadas da Fôrça
Autor: Camilo Castelo Branco
Lançamento: 1857
Uma Praga Rogada nas Escadas da Fôrça é um romance sombrio e intenso que mistura crime, paixão e destino trágico — elementos típicos do estilo camiliano. A narrativa gira em torno de um amor condenado que termina com uma praga lançada por uma mulher desesperada, às portas da execução pública. O título já anuncia o tom fatalista da história, marcada por desilusões, injustiça e sentimentos extremos. Camilo combina crítica social e dramatismo, compondo uma obra poderosa sobre honra, desgraça e vingança. É um exemplo marcante do romantismo mais sombrio e violento do autor.
#domíniopúblico
#Clássicos

Clássicos da Literatura @classicos
Livro: Os Brilhantes do Brasileiro
Autor: Camilo Castelo Branco
Lançamento: 1869
Os Brilhantes do Brasileiro é um romance de crítica social que retrata a ascensão de um brasileiro enriquecido que retorna a Portugal em busca de prestígio e reconhecimento. A obra explora, com humor e sarcasmo, o contraste entre o poder do dinheiro e os códigos da velha nobreza lusitana. Camilo ironiza a hipocrisia da sociedade portuguesa e a superficialidade das aparências, revelando o desconforto entre tradição e nova riqueza. Com estilo ágil e olhar satírico, o autor oferece uma comédia de costumes que revela muito das vaidades e contradições de seu tempo.
#domíniopúblico
#Clássicos

Clássicos da Literatura @classicos
Livro: Coração, Cabeça e Estômago
Autor: Camilo Castelo Branco
Lançamento: 1862
Coração, Cabeça e Estômago é uma sátira romântica e filosófica que narra, com humor ácido e crítica mordaz, as desventuras de Silvestre, um homem guiado pelas emoções (coração), pela razão (cabeça) e, por fim, pelas necessidades materiais (estômago). Escrito em forma de memórias deixadas por um narrador já falecido, o romance reflete o desencanto de Camilo com os ideais românticos, as ilusões do amor e a hipocrisia social. Ao misturar lirismo, ironia e observação crítica, Camilo cria uma obra ao mesmo tempo cômica e amarga, que revela a decadência dos valores sentimentais diante da realidade prática da vida.
#domíniopúblico
#Clássicos

Clássicos da Literatura @classicos
Livro: Coisas que Só Eu Sei
Autor: Camilo Castelo Branco
Lançamento: 1881
Coisas que Só Eu Sei é uma coletânea de reflexões, memórias e comentários pessoais em que Camilo Castelo Branco abandona a ficção para se revelar ao leitor com franqueza rara. Escrito nos últimos anos de sua vida, quando já enfrentava problemas de saúde e cegueira iminente, o livro mistura desabafos íntimos, críticas à sociedade, impressões sobre a literatura e episódios biográficos. Com sua ironia característica, Camilo abre o coração e a mente, oferecendo um retrato melancólico, lúcido e mordaz de si mesmo e de seu tempo. É uma leitura essencial para quem deseja compreender o homem por trás do escritor.
#domíniopúblico
#Clássicos