Bom dia!
Guentaí, pessoal, tá chegando novidade!

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Dia 96
Comente na Biblioteca em um livro onde a solidão urbana se esconde atrás da ironia, e a vulnerabilidade humana surge sob a máscara de sarcasmo e aparente força.
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Dia 234

Big Loura

Risos forçados,
copos cheios,
olhares que não dizem nada.
A cidade engole sua gente
com dentes de neon.

Quem sorri
Usa como armadura
contra a noite que não dorme.
Debaixo da maquiagem,
há cansaço,
há silêncio,
há um coração batendo
sozinho.

E ninguém perdoa,
mas também não foge:
a tragédia é feita de gestos comuns,
de palavras que ninguém escuta,
de vidas grandiosas...
sem aplauso.

Indicação: Big Loura — Dorothy Parker
@literunico

#resenhas #BigLouraeoutrashistóriasdeNovaYork(Novaedição)
📖 [Ver livro](https://www.literunico.com.br/books/1099)

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Dia 95
Comente na Biblioteca em um livro onde guerra, política e fé se misturam.
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Dia 233

Sob a Chuva da Guerra

A pólvora é o perfume das cidades,
o medo,
a canção que queima as ruas vazias.

Entre tiros e preces,
todo homem carrega sua própria tempestade,
seu dilúvio íntimo,
seu fim do mundo particular.

A chuva não cessa:
a metáfora do destino.
Lava, corrompe,
faz brotar ou arruína.

E, na busca por sentido,
descobre-se que às vezes
ninguém pode fazê-la parar
a não ser o silêncio da própria destruição.

Indicação: Quem Vai Fazer a Chuva Parar? — Robert Stone
@literunico

#resenhas #QUEMVAIFAZERACHUVAPARAR?
📖 [Ver livro](https://www.literunico.com.br/books/1092)

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Dia 94
Comente na Biblioteca em um livro onde a poesia nasce da dor e da memória.
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Dia 232

O Canto da Memória

Entre ruínas,
ergue-se a música:
palavra ferida,
resistência.

Como quem recolhe restos de vida,
Como quem transforma cinzas
Uma passagem só de ida.

Na sua voz,
o amor é também dor,
a lembrança é também exílio,
e a poesia,
um refúgio contra o esquecimento.

Indicação: Poesias — Salvatore Quasimodo
@literunico

#resenhas #Poesias
📖 [Ver livro](https://www.literunico.com.br/books/1091)

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Dia 93
Comente na Biblioteca em um livro onde a vida de um homem se confunde com a luta de um povo, e a biografia se torna espelho da história.
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Dia 231

Retrato de um Abolicionista

Não basta viver,
é preciso lutar
e cada ato
a palavra inflama

O menino que vê o cativeiro,
O homem que enfrenta o império,
Político que não se cala?
No fio da triste memória,
Num Brasil partido,
Que não segura mais o poder da fala!

Indicação: Joaquim Nabuco — Ângela Alonso
@literunico

#resenhas #JoaquimNabuco
📖 [Ver livro](https://www.literunico.com.br/books/1090)

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Dia 92
Comente na Biblioteca em um livro onde a adolescência aparece como espaço de descobertas e conflitos.
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Dia 230

Rosa em Flor

No espelho,
um rosto que ainda não sabe quem é.
Entre risos e lágrimas,
vai-se bordando o fio da juventude.

Rosa que desabrocha
em meio a espinhos:
A dor é lição,
O afeto, raiz.

Na incerteza,
descobre-se força.
Na confusão,
O caminho.

A juventude é uma flor:
bela, delicada,
e cheia de segredos guardados em pétalas.

Indicação: Clara Rosa — Paula Danziger
@literunico

#resenhas #ClaraRosaNaoENomeDeFlor
📖 [Ver livro](https://www.literunico.com.br/books/1089)

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Dia 91
Comente na Biblioteca em um livro onde a poesia ousa cantar o desejo em sua forma mais livre, transformando afetos em gesto estético e resistência.
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Dia 229

Canto Livre

Não há medo na palavra,
nem prisão no verso:
apenas corpo se prepara,
coração exposto,
olhar que se entrega ao universo.

Indicação: Poesia — António Botto
@literunico

#resenhas #POESIA
📖 [Ver livro](https://www.literunico.com.br/books/1088)

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Dia 90
Comente na Biblioteca em um livro onde a solidão se transforma em voz poética.
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Dia 228

A Voz de um Só

Há quem cante para o mundo,
e há quem cante para o silêncio.
Na escolha do vazio
O desenho de versos
Sangra com flor.
Mas a ausência não é dor,
mas contraste de cor,
Companheira fiel
que se faz música
na garganta de um trovador.

Indicação: Só — António Nobre
@literunico

#resenhas #Só
📖 [Ver livro](https://www.literunico.com.br/books/1087)

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Dia 89
Comente na Biblioteca em um livro onde existem culturas em conflito.
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Dia 227

O Símbolo e a Espada

Entre desertos e tendas,
o choque de mundos ergue-se em poeira.
Cavaleiros marcham
com a fé cravada no peito,
mas a guerra,
essa mesma,
cobra em sangue o preço.

Indicação: O Talismã — Walter Scott
@literunico

#resenhas #OTalismã
📖 [Ver livro]

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Dia 88
Comente na Biblioteca em um livro onde a dor da perda se transforma em recomeço.
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Dia 226

Entre Cinzas e Sonhos

Nem castelo, nem as coroas,
nem os encantos sustentaram a vida.
Foi a coragem de olhar a ausência,
de chorar na essência,
e ainda assim plantar esperança
no terreno seco da dor.

O verdadeiro conto de fadas
não nega a tragédia,
quando algo se nasce dela:
como flor que rasga o asfalto,
como sol após a tempestade.

A magia está em seguir,
em amar mais outra vez,
em se alimentar da própria necessidade.

Indicação: Conto de Fadas — Danielle Steel
@literunico

#resenhas #Contodefadas
📖 [Ver livro](https://www.literunico.com.br/books/1085)

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Dia 87
Comente na Biblioteca em um livro que trate de aspectos da colonização portuguesa.
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Dia 225

As Marcas do Império

Naus partiram,
levando a cruz e a espada,
ouro nos olhos,
mapas em branco a serem preenchidos
com sangue e promessa.

Indicação: História da Colonização Portuguesa — Carlos Malheiros Dias
@literunico

#resenhas #HistóriadaColonizaçãoportuguesadoBrasil-VolumesI,IIeIII
📖 [Ver livro](

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Dia 85
Comente na Biblioteca em um livro onde os animais falam com voz humana, e suas histórias refletem nossas próprias dores, resistências e esperanças diante do destino.
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Dia 223

Vozes da Terra

Entre patas e asas,
ouve-se a voz do mundo.
Não é apenas o rugido,
nem apenas o canto,
mas a confissão de um destino
partilhado com o humano.

Um "bicho" é um espelho,
mostrando-nos frágeis,
expostos ao mesmo vento,
à mesma morte,
à mesma esperança de permanecer.

E se ouvirmos com cuidado,
veremos que no uivo,
no mugido,
no bater de asas,
há também poesia:
a da vida que insiste
em existir e não desistir.

Indicação: Bichos — Miguel Torga
@literunico

#resenhas #Bichos
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Ela não tem começo.
Ela se faz meio.
Ela está além do fim.
E enfim...

arrebenta.
como ar na face,
como água na sede,
como calor na carne.

Seus abismos são meu lar.
Se um dia precisaram de escuridão,
hoje abrimos os braços
e seus olhos fazem voar.

E eu te encontro
na ribanceira do instante,
meu chão, meu espaço,
meu universo infinito.

Há um rio dentro dela:
de relâmpagos,
de vozes presas
que me atravessam
como flechas.

E eu?
sou sua barca em tormenta,
o corpo engolido,
o náufrago grato.

Na incandescência
do que não dói,
queima e cicatriza ao mesmo tempo.
Marca que não pede fuga,
fronteira que me dá raiz.

Ela me arrebata,
me toma,
me explode,
me implode.
E eu imploro que continue.
E tudo me absorve.

Chamar isso de amor?
Impossível.
É mais que nome.
É mais que palavra.
É fúria divina,
incêndio companheiro,
presente impossível.

No corpo:
um terremoto em câmera lenta.
Na alma:
um cortejo de erupções.
No silêncio:
a última música antes da próxima.

Eu, por escolha,
a celebro.
Não com flores,
mais que clichês...
No nosso sangue,
no futuro,
na eternidade da vida.

Pois ela merece
a imortalidade da Felicidade.

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Dia 84
Comente na Biblioteca em um livro sobre amor pastoril.
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Dia 222

Mar

Chamo-te entre colinas sonorosas,
onde o zéfiro afaga a relva em flores,
e o rio, em ondas brandas e saudosas,
segreda aos céus seus êxtases e amores.

Não és pastora, és tempo em suspensão,
auréola de promessa em tom arcano;
qual num soneto, ergues-te em canção,
em verso augusto, puro e soberano.

Na lira íntima, o teu nome penetra,
figura imarcescível, quase deusa;
teu toque, a paixão interpreta,
teu vulto abrigo, pátria, fortaleza.

E quando o orbe inteiro se abismasse,
em Dirceu restaria teu eterno canto:
amor que em verbo excelsamente nasce,
e em rima se converte em mito santo.

Indicação: Marília de Dirceu — Tomás Antônio Gonzaga
@literunico

#MaríliadeDirceu

Status da Leitura: Lido

Detalhes do Livro: Marília de Dirceu

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Dia 83
Comente na Biblioteca em um livro onde a poesia se constrói como trabalho paciente, onde a palavra é cotidiano, matéria que se transforma em memória e resistência.
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Dia 221

Ofício da Palavra

Poesia não nasce pronta.
É ferida que se cuida até ser canto.

O verso é enxada
cavando no silêncio ou no pranto,
Cria imagem,
Fotografa na memória o espanto.

O trabalho do poeta
é dar ao instante, eternidade,
é colher no mínimo
a vastidão da complexidade.

E, quando o livro se fecha,
resta a certeza:
o poema não termina,
é só a vida que recomeça

Indicação: Trabalho Poético — Carlos de Oliveira
@literunico

#Trabalhopoético

Status da Leitura: Lido

Detalhes do Livro:

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Dia 82
Comente na Biblioteca em um livro onde o surrealismo ergue espelhos que distorcem e revelam, transformando a linguagem em viagem por reflexos, sonhos e imagens que nunca se fixam.
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Dia 220

Navio de Reflexos

Um navio parte,
mas não leva corpos
leva espelhos.

Neles, o mundo se refaz:
um rosto de muitos,
um gesto em fragmento,
um sonho, o mar aberto.

No convés,
a linguagem dança em delírio,
palavras se multiplicam
como ondas que nunca se repetem.

Surreal é ver-se noutro,
ser reflexo,
ser viagem.
E descobrir, no estilhaço,
que a poesia é também naufrágio
e, ainda assim, descobrimento.

Indicação: O Navio de Espelhos — Mário Cesariny
@literunico

#Onaviodeespelhos:Antologiapoética

Status da Leitura: Em Leitura - Fato Marcante

Detalhes do Livro: O navio de espelhos: Antologia poética

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Dia 81
Comente na Biblioteca em um livro onde a filosofia se apresenta como uma busca do mundo mas também a si mesmo.
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Dia 219

As Perguntas de Sofia

Quem somos?
De onde viemos?
Por que o mundo existe
e tudo ainda persiste?

A filosofia nasce
não da resposta,
mas da inquietação que não cessa.
É o espanto diante da árvore,
da estrela,
da própria consciência
que insiste em perguntar.

Ser é não caber em certezas,
é viver entre portas abertas,
é aceitar que a dúvida
é também o alívio.

E, no olhar de Sofia,
vemos o convite eterno:
questionar é existir.

Indicação: O Mundo de Sofia — Jostein Gaarder
@literunico

#OMundodeSofia-RomancedaHistóriadaFilosofia

Status da Leitura: Lido

Detalhes do Livro: O Mundo de Sofia - Romance da História da Filosofia

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Dia 80
Comente na Biblioteca em um livro onde a delicadeza da natureza revela sua força.
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Dia 218

A Inflexão do Frágil

As ervas se inclinam,
não por fraqueza,
mas por sabedoria:
sabem que resistir é dobrar-se,
e que a queda,
às vezes, é o modo mais puro de ficar em pé.

O vento passa,
a chuva corta,
o tempo pesa.
E, ainda assim,
as plantas insistem,
crescente no chão,
erguida em silêncio.

No ínfimo, há uma lição
naquilo que se deixa sem se perder:
somos feitos de quedas,
mas também de retornos.

Indicação: A inclinação das ervas — Carlos Lopes Pires
@literunico

#Ainclinaçãodaservas

Status da Leitura: Iniciando Leitura

Detalhes do Livro: A inclinação das ervas

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#Desafio365Livros

Dia 79
Comente na Biblioteca em um livro onde a busca pela verdade questiona as ilusões dos sentidos e a fragilidade da razão.
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Dia 217

Entre Luz e Ilusão

O que vemos,
é sempre o real?
Ou apenas reflexos que enganam a mente,
sons que distorcem o silêncio,
imagens que traem a essência?

A verdade,
longe de ser entrega,
é conquista.
Exige paciência,
demanda coragem
de olhar além da máscara dos sentidos.

Na busca, tropeçamos,
pois um erro é um espelho
que revela nossa limitação.
Mas é nesse labirinto de enganos
que a luz se acende
não como certeza plena,
mas como chama que insiste,
mesmo no vento da dúvida.

Indicação: A busca da verdade — Nicolas Malebranche
@literunico

#ABuscaDaVerdade

Status da Leitura: Em Leitura - Fato Marcante

Detalhes do Livro: A Busca Da Verdade

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#Desafio365Livros

Dia 78
Comente na Biblioteca em um livro onde o poder corrompe não apenas a política, mas também as relações humanas, revelando como a ambição pode transformar justiça em silêncio e verdade em perigo.
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Dia 216

O Peso do Poder

Entre paredes luxuosas,
a verdade sussurra em vozes trêmulas.
O crime se oculta no brilho do palácio,
e a lei, torna-se cúmplice do silêncio.

Poder não é força
é medo vestido de autoridade.
É a sombra que devora testemunhas,
é a mão que cala, no olhar que ameaça.

Mas mesmo o mais alto trono
pode desmoronar com uma faísca:
a coragem de quem ousa falar,
o gesto de quem escolhe resistir,
a memória que insiste em não se apagar.

Indicação: Poder Absoluto — David Baldacci
@literunico

#Poderabsoluto

Status da Leitura: Em Leitura - Fato Marcante

Detalhes do Livro: Poder absoluto

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Dia 77
Comente na Biblioteca em um livro onde o imaginário popular, a oralidade, o mito e a modernidade se cruzam, criando uma linguagem que transforma lenda em algo realista.
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Dia 215

A Serpente que Canta

Era cobra?
Ou era canto?
Puro mito
Minto.

A fala do povo,
O indígena
Em sons e danças
Realidade e sonho.

O ritmo de tambores,
é linguagem que escorre ao rio,
é encantamento que se replica
Correndo no sangue da terra.

E quem atravessa seus versos
não retorna igual:
traz no corpo a marca do místico,
e nos olhos,
o brilho do impossível.

Indicação: Cobra Norato — Raul Bopp

@literunico

#CobraNorato

Status da Leitura: Em Leitura - Fato Marcante

Detalhes do Livro: Cobra Norato

"Celebração"

Vamos brindar a todos os nossos erros
Que fingimos que não podemos ver
À pressa que temos pra correr o tempo todo,
Sem saber sequer pra onde ir
Ao medo que esconde e molda nossas escolhas
E ao silêncio
Que engole o que íamos dizer

Vamos celebrar a beleza dos discursos vazios
E a elegância com que evitamos acreditar para mudar
O orgulho de querer estar sempre certo
Enquanto o mundo todo afunda
E o consolo barato que compramos
Pra não pensar que a culpa não é nossa.

Vamos brindar a todas promessas que já nascem quebradas
Aos sonhos que cabem em vitrines iluminadas
Aos heróis de plástico que seguimos sem saber por quê
E aos inimigos que nos inventamos sem querer.

Vamos celebrar o conforto de estar distraído
O barulho que fazemos pra não ouvir
A indiferença que cultivamos com tanto cuidado
E o sorriso de um filtro de um app

E no fim da festa, quando as luzes se apagarem
Talvez apenas sobre o gosto amargo
De ter vivido perseguindo velhas novidades
E chamado isso de liberdade

Vamos brindar ao cansaço que carregamos nos ombros
A pressão de vencer confrontos imaginários
Ao prazer de apontar todos os dedos, ante escombros
Sem estender uma mão para puxar
E à certeza confortável de que se existe culpa
Ela vai estar nas costas de outro tolo.

Vamos celebrar a covardia que chamamos de paz
A fome que não sentimos porque está longe demais
O lixo que escondemos sob tapetes coloridos
E a indiferença em duvidar do que precisa ser resolvido.

Vamos brindar à morte lenta da ciência à opiniões.
Ao talento de repetir enganos com um sorriso no rosto
Ao espetáculo diário de ver tudo ruir
Mesmo sabendo, que ninguém tem mais pra onde ir!

Vaaaai!
Pois todo ódio nos acalma
Toda fé já está armada!
Toda criança emancipada!
Receba toda glória e proteção!

Vaaaai!
O caos garante o paraíso
Sobreviva num abrigo!
Eu entrego para ti minha razão.

Eu entrego e chamo de libertação!
Eu entrego e ofereço uma celebração!

Eder B. Jr.

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#Desafio365Livros

Dia 76
Comente na Biblioteca em um livro onde a esperança é colocada à prova diante da iminência do fim, e a humanidade se vê obrigada a repensar seu papel e sentido.
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Dia 214
Quando o Amanhã se Cala

Não é o som das bombas
nem o silêncio dos campos vazios
que mais assusta.

É o fim das vozes de crianças,
o corte abrupto do futuro,
a certeza de que não haverá
quem conte a história.

E ainda assim,
em meio à infertilidade do mundo,
há quem carregue na alma
uma semente invisível
que insiste em germinar.

Indicação: Filhos da Esperança – P. D. James

#Filhosdaesperança

Status da Leitura: Em Leitura - Fato Marcante

Detalhes do Livro: Filhos da esperança

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a Esperança – P. D. James

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Dia 75
Comente na Biblioteca em um livro onde a identidade é revelada como ato de resistência e afirmação.
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Dia 213
O Nome que Não se Apaga

Há nomes que não são apenas letras,
são mapas de um tempo não esquecido.
Carregam exílios,
promessas feitas em fuga,
e cicatrizes que se tornaram sobrenome.

Pronunciá-los é um ato político.
Repeti-los, uma herança.
E calá-los…
seria trair a própria origem.

Entre a pátria perdida e o lugar que nunca será lar,
há sempre uma voz que insiste:
"Meu nome é história."

Indicação: Meu Nome é Emília del Valle – Isabel Allende

#MeuNomeéEmiliaDelValle

Status da Leitura: Em Leitura - Fato Marcante

Detalhes do Livro: Meu Nome é Emilia Del Valle

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Dia 74
Comente na Biblioteca em um livro onde a perseguição de um sonho está no foco.
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Dia 212

A Neve que Engole

No convés, o vento não sopra
ele ruge.
O mar não acalma
ele desafia.

O capitão não comanda,
ele é comandado
por um ódio que veste
a forma de uma baleia.

Mas o branco de Moby Dick
não é pureza,
é abismo.
É o silêncio imenso
que pergunta:
vale a vida um único acerto
de harpunas?

Indicação: Moby Dick — Herman Melville
@literunico

#MobyDick:ediçãocomentada

Status da Leitura: Lido

Detalhes do Livro: Moby Dick: edição comentada

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Dia 73
Comente na Biblioteca em um livro que discuta como princípios econômicos moldam as liberdades individuais e como a política pode fortalecer ou restringir a autonomia do cidadão.
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Dia 211

O Preço da Liberdade

O livre comércio não é só economia,
é arquitetura de direitos.
O capital circula,
e junto dele, a impossibilidade
de escolher o próprio caminho.

E a pergunta fica no ar:
quanto vale a liberdade,
e quem paga a conta
quando ela é vendida barata?

Indicação: Capitalismo e Liberdade — Milton Friedman
@literunico

#CapitalismoeLiberdade

Status da Leitura: Lido

Detalhes do Livro: Capitalismo e Liberdade

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Tantas palavras
Tanto pra dizer
Tanto pra fazer
Tanto pra mostrar

Sem ameaças
Sem retroceder
Sem ter que correr
Mas como acertar?

Ainda que infinito
Que em expansão constante
Ainda que bonito
O tempo não será o bastante

E tudo tão importante
Tudo tão iminente
Um dia, irrelevante
Um dia ninguém mais nem lembra

Você tem só o agora!
E agora?

Eder B. Jr.