Nas décadas de 70 a 80 passava na
TV um seriado vespertino, onde narrava a saga de um herói chamado de “Bomus”,
um revolucionário da região do Oeste, onde viviam os “Apaches”. Bomus,
enfrentava muitos perigos onde morava no seu rancho com sua esposa. Ldanzim e
sua irmãzinha mais nova, não perdia um capítulo. Um desses capítulos, quase
acaba em tragédia.
Bomus, era muito bom em punhal,
de repente, chegou nas suas terras, um forasteiro que era especialista em jogar
“facas” na sua esposa. E assim, ele ganhava a vida. Desafiou Bomus para um
duelo, facas x punhal. O revolucionário rejeitou, que acabou irritando o
forasteiro. E com raiva, invadiu a sua cabana e fez refém a esposa de Bomus. E
só soltaria se participasse do duelo. Mas com a seguinte condição. Cada um
teria que jogar cinco vezes suas facas e punhais na sua própria esposa que
ficava amarrada numa árvore com os braços abertos. Quem deixasse a faca cair,
perdia uma vez de jogar. E, ganhava quem jogou mais perto da cabeça. Se Bomus,
perdesse, perdia também a sua amada. Sem opções, teve que ir para o desafio. No
final, o herói venceu e recuperou sua amada e o invasor foi embora.
Os irmãozinhos, inocentes, do
perigo que iriam enfrentar, resolveram, participar deste duelo e testar suas
habilidades. Punhal, não havia na casa, mas Facas, sim, lá na cozinha. Mas
preferiram usar um objeto que seu pai, furava para tirar amostras de feijão.
Chamado de “furador ou misturador”. Na sala, havia, vários sacos com feijão, já
que era o ramo do seu pai.
Nosso pequeno Bomus, pegou o
“misturador”, alisou a ponta, viu que era bem fininha, e mandou sua maninha,
ficar lá junto dos sacos de feijão.
- Vai maninha, fique aí parado
que vou lançar. Eu só muito bom nisso. São três jogadas para cada.
A maninha lá no sacrifício.
Estática, com os braços estirados, toda feliz, inocentemente, mesmo com medo,
mas não sabia do risco que estava correndo. “Bominho”, lançou a primeira, foi
longe.
- Vixe, maninho, mira direito, eu
estou nervosa. Capricha.
- Calma, é que estou me tremendo,
mas agora, acerto, não de mexa. E “Chuá” (som do misturador, passando mais
longe ainda). Vixe, nunca fui tão ruim, assim, vou caprichar agora na última.
Lá vai. “Chuá” e “plin, plin, plimn”., foi direto para o chão.
- Eita piula, errei todas, agora
é sua vez, depois eu jogo de novo. Até acertar”
- Pronto, é minha vez, venha
fique aqui no meu lugar e não se mexa. Disse “Bominha”, toda confiante.
Agora era ele que ia para o
sacrifício. Tremia de medo, mas não ia fugir da missão. Afinal a ideia do
desafio foi dele.
Antes de lançar a primeira, ainda
testou num saco de feijão se realmente furava. E viu que furava mesmo. Ela com
medo demorou para lançar. Acho que era “coisa divina”.
- Vai Bominha, estou nervoso,
jogue logo esse furador.
- Tá vou mirar bem no alvo, fique
parado aí, é um, é dois, é....e ele lá rezando para um milagre acontecer. E,
aconteceu, neste instante sua abençoada mãe entrou e evitou que ela jogasse o
instrumento perfurante. Em seguida, explicou que aquele tipo de brincadeira não
é para crianças por ser muito perigoso. Bem como, ficou controlando alguns
seriados que passavam na TV, e que de alguma forma incentivam as crianças a
praticarem atos perigosos.
Já adultos, os irmãos, resolveram testa esta
habilidade de jogar facas no alvo, mas usando “dardos”, é lógico. E por
incrível que pareça. Ldanzim, não acertou nenhum. Com certeza, ele não é
especialista nem em facas, punhal, nem em dardo. Já sua maninha, acertou todos
no alvo. Com certeza, ela sim, é uma especialista em lançar dardos, mas ainda
bem, sua mãe, impediu dela testar essa habilidade com o “misturador”.