A atmosfera no santuário nos Alpes, embora ainda dedicada à pesquisa e proteção da Chama Primordial, ganhou um novo brilho. O amor florescente entre Isabella e Lorenzo era um segredo aberto, celebrado pelos poucos membros da Ordem que compartilhavam a vida no refúgio.
No entanto, a vida de espiões e guardiões do universo raramente permitia a simplicidade de um romance comum. Layla, com sua sabedoria e pragmatismo, percebeu que a união de Isabella e Lorenzo poderia fortalecer a Ordem de maneiras inesperadas, solidificando os laços entre seus líderes e inspirando confiança em seus seguidores. Mas como celebrar um casamento quando a segurança era uma preocupação constante e a discrição, uma necessidade?
Foi Layla quem orquestrou o plano. Com a ajuda de alguns aliados de confiança, ela organizou um casamento surpresa, um evento íntimo e simbólico que uniria Isabella e Lorenzo não apenas pelo amor, mas também pelo propósito.
O local escolhido foi uma pequena capela escondida nas montanhas, a poucos quilômetros do santuário — um lugar de beleza rústica e isolamento perfeito. Apenas os membros mais próximos da Ordem foram convidados, garantindo que a cerimônia permanecesse um segredo bem guardado dos Olhos da Penumbra e de outras facções que cobiçavam o poder da Chama.
Isabella e Lorenzo foram levados à capela sob o pretexto de uma reunião urgente. Ao entrarem, foram recebidos por um pequeno grupo de rostos sorridentes e a suave melodia de um violino. A capela estava decorada com flores silvestres e velas, criando uma atmosfera de calor e esperança.
Isabella, inicialmente surpresa, sentiu uma onda de emoção ao ver Lorenzo, impecável em um terno simples, com um sorriso que iluminava todo o ambiente. Ele, por sua vez, ficou sem palavras ao vê-la em um vestido branco improvisado, mas elegante, que Layla havia providenciado.
Não havia grandes pompas, apenas a sinceridade de seus corações e a promessa de um futuro juntos, selada sob o olhar atento de seus companheiros e o silêncio majestoso das montanhas.
A cerimônia foi breve, mas profundamente significativa. As palavras proferidas por um antigo monge — um aliado da Ordem — falavam de união, propósito e da força que nasce do amor verdadeiro.
Isabella e Lorenzo trocaram votos simples, mas carregados de toda a sua história, de cada perigo enfrentado e de cada vitória conquistada lado a lado.
O beijo que selou a união foi um momento de pura alegria, um raro instante de paz e felicidade em suas vidas tumultuadas.
Eles sabiam que o casamento não mudaria a natureza de suas missões, mas o fortaleceria. Agora, mais do que nunca, eles eram um — unidos não apenas pela causa, mas por um amor que havia florescido nas sombras e agora brilhava com a intensidade de mil estrelas.
A Ordem da Aurora tinha um novo símbolo de esperança, um testemunho de que, mesmo nas batalhas mais sombrias, a luz do amor podia prevalecer.