A chuva fina caiu sobre os telhados de Roma, como se o céu pranteasse segredos há muito sepultados. Isabella observava a entrada lateral da Basílica de São Pedro, onde dois guardas suíços trocavam turnos. Ela e Lorenzo ficaram ocultos num beco estreito, disfarçados de funcionários da manutenção noturna.— Tem certeza de que o mapa é verdadeiro? —suspirou Lorenzo.
— Rafael não mentiria. Mas isso não significa que será fácil.Entraram por uma porta de serviço, atravessando corredores silenciosos e câmaras de mármore. Isabella guiava-se pelo livro antigo que Rafael lhe dera — cada página revelava símbolos que se alinhavam com marcas discretas nas paredes. Após meia hora de caminhada furtiva, alcançaram uma porta de ferro com uma consagração em forma de peixe. Isabella pressionou o símbolo e a porta abriu-se com um estelo abafado.A sala era circular, com paredes cobertas por estantes de madeira antiga. Manuscritos, pergaminhos e artistas relacionados vam em silêncio. No centro, uma mesa com um busto de pedra — o rosto de um homem desconhecido, com olhos vendidos e boca costurada. — O Arquivista Perdido — murmurou Isabella. — Ele guardava os registros de que o Vaticano considerava perigoso demais para serem lidos. Lorenzo mudou-se de uma estante e retirou um volume encadernado em couro vermelho. Ao abri-lo, vimos desenhos de máquinas celestes, mapas astrais e fórmulas alquímicas.— Isso é medieval... mas avançado demais para a época.
— Porque não foi feito na época. Foi ocultado nela.Isabella encontrou um compartimento secreto sob a mesa. Dentro, havia um cilindro metálico com inscrições em hebraico e latim. Ela o abriu com cuidado e retirou um pergaminho dourado — diferente de tudo que já vira.— Isso não é apenas um artista. É uma profecia.Antes que pudemos examinar mais, ouviram passos. Isabella apagou uma lanterna. Lorenzo sacou uma arma. Três figuras encapuzadas entraram na sala, armadas com lâminas curvas e olhos cobertos por lentes escuras.— Entreguem o pergaminho — disse uma voz feminina, firme.
— Quem são vocês? —disse Isabella.
— Somos os Olhos da Penumbra. Guardiões do silêncio. E vocês cruzaram a linha.Lorenzo atirou, acertando uma das figuras. Isabella correu para a saída, protegendo o pergaminho. A perseguição foi intensa, pelos corredores secretos do Vaticano. Finalmente, consegui escapar por uma passagem que os levou ao subsolo da cidade. No esconderijo, Isabella examinou o pergaminho. Era uma profecia escrita por um monge do século IV, que falava de um artefacto capaz de revelar “a origem da luz e da mentira”. Segundo o texto, ele estava escondido em uma biblioteca esquecida — a Biblioteca Sombria de Alexandria, que não havia sido destruída, mas detalhada em segredo. — Alexandria — disse Lorenzo. — Isso muda tudo.
— E nos leva para fora da Europa. Isabella sabia que sua jornada estava apenas começando. O que encontrou sob o Vaticano foi apenas a primeira camada. E agora, com os Olhos da Penumbra em seu encalço, cada passo seria uma dança com o perigo.Ela olhou para Lorenzo.
— Você está pronto para seguir?
— Sempre. Mas desta vez, vamos precisar de aliados. Isabella concorda. Sabia exatamente quem procurar
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