Felipe Harmon estava perdido e com dor.
O garoto acordou em um lugar escuro e estranho, sentindo pontadas de dor por todo o seu tronco e uma formigação estranha no braço esquerdo. Sua cabeça latejava sem parar e ele precisou piscar os olhos várias vezes para a ardência que sentia diminuir. Ele se sentou no chão frio com cuidado por causa da dor de cabeça e depois se levantou por completo. Analisou suas roupas: a camiseta branca com o brasão de sua escola e o casaco azul marinho manchados de sangue. Teve que levantar o tecido para confirmar se não tinha nenhum ferimento grave. Seu físico estava melhor do que aparentava e, felizmente, as dores iam diminuindo agora.
Virando-se para a direita, ele viu um vestígio de luz e foi naquela direção para ter uma noção a mais de onde estava. Uma exclamação de surpresa saiu involuntariamente de seus lábios enquanto admirava tudo o que via.
Com certeza, era muito maior e muito diferente do que ele esperava. Sua fascinação se misturava com a confusão que ele ainda tinha, e a pergunta “como eu vim parar aqui?” ainda persistia.
Tudo no local era muito, muito tecnológico. Era noite, mas os leds espalhados pelas ruas e pelos prédios faziam parecer que ainda era dia. Caminhando devagar pelo lugar, Felipe ia captando tudo à sua volta, ainda admirado com o que via. Será que ele estava sonhando?
Carros voadores passavam ao seu lado esquerdo onde as pistas ficavam; havia esteiras nas calçadas para facilitar a movimentação das pessoas, como num aeroporto; arcos onde pessoas entravam e saíam, desaparecendo e aparecendo do seu campo de visão; mini robôs sobrevoaram-o e viu que, lá no alto, havia mais uma camada com prédios, pistas e tudo que ele estava presenciando ali de onde estava; além de muitos elevadores que não paravam de funcionar.
As roupas das pessoas que passavam eram muito diferentes das roupas que ele estava usando. Seu modesto uniforme escolar e seus All-Star preto não eram nada comparados às vestimentas com leds costurados, extravagantes, daquelas pessoas. Parecia até que algumas estavam vestindo armaduras de tão pesadas que pareciam ser. Binóculos super tecnológicos também faziam parte do estilo futurístico, sem contar outros aparelhos tão modernos que ele não conhecia.
As luzes se dividiram em cores que criavam um degradê, mas o azul predominava na região. Aquilo tudo era tão maluco, mas tão bonito.
Quando parou de admirar tudo à sua volta, a realidade o atingiu em cheio, como no acidente. Felipe se sentiu uma criança perdida em um parque de diversões, e agora estava com todos os seus sentimentos misturados: medo, confusão, fascinação, curiosidade, desconfiança… O primeiro sentimento aumentou mais ainda quando os cidadãos da cidade notaram sua presença, olhando-o como se ele fosse uma aberração, já que estava tão diferente de todos os outros.
Eram suas roupas, tão antigas, feitas somente com linha e algodão, sujas de sangue? Ou o fato de não ter nenhum robô ou binóculo futurístico legal? Pensando nisso, ele fechou o casaco para esconder a grande mancha vermelha na camiseta branca e continuou caminhando. Ele não chegaria a lugar nenhum se ficasse ali, parado e com medo.
Seu celular estava no bolso da calça do uniforme. Felipe o pegou e tentou usá-lo, mas seu Iphone 9 não funcionava naquele lugar e serviu só para que ele soubesse o horário, e para jogar os joguinhos offline que tinha, caso quisesse.
Tudo que ele desejava era que Benjamin também estivesse ali, e que pudesse encontrá-lo.
Com esse desejo em mente, Felipe caminhou com mais confiança, mais rápido, olhando para dentro dos estabelecimentos, tentando achar Benjamin no meio de toda aquela gente. Felipe tentava vencer o desespero, mas estava ficando difícil. Caminhou mais e, ao passar por uma loja de roupas, olhou tão por cima que precisou voltar dois passos atrás para ter certeza do que tinha visto. Reconheceu a silhueta sem problemas e acalmou a sua respiração. Um sorriso de alívio se abriu em seu rosto, entrou no local e foi até o garoto.
— Você não sabe como é bom te ver aqui! — ele falou e parou na frente de Ben com o mesmo sorriso de antes.
Ele recuperou o fôlego enquanto olhava para Ben. Mas, ao invés de demonstrar a mesma alegria que ele, Elliot ficou em alerta, já que não conhecia o menino na sua frente.
— Desculpa, nós nos conhecemos? — o moreno perguntou.
— Do que você tá falando? — Felipe piscou algumas vezes, sem entender. Será que aquela era mais uma brincadeira de Ben?
— Acho que você me confundiu… Quem você tá procurando? Acho que posso ajudar! — o mais alto respondeu de forma simpática mesmo com toda a confusão. Felipe viu uma imagem com uma barra de pesquisa e um teclado saindo de um dispositivo no pulso dele.
— Ah… Certo… — ele respondeu abaixando o rosto para esconder a vermelhidão que suas bochechas provavelmente tinham agora. Estava com tanta vergonha. — Qual é o seu nome?
— Elliot Romero Farhat. Quem você está procurando?
Como ele tinha confundido Benjamin com um estranho?
Não, ele não tinha confundido. Eles eram idênticos…
O nome pronunciado ecoou pela cabeça de Felipe, mas quis parecer não estar atordoado com aquilo.
— Benjamin… — ele respondeu para que Elliot não tivesse que questionar novamente.
Ele ficou parado. Estático. Sua cabeça voltava a doer e sua visão ficou um pouco turva. Ele fechou os olhos pensando que não seria nada, mas quando os abriu, estava pior do que antes. Elliot falava com ele, perguntando algumas coisas sobre Benjamin: onde o viu pela última vez e como ele era, mas Felipe não conseguiu responder. Não conseguia nem levantar a cabeça.
O garoto se apoiou na estante ao lado dele quando sentiu que ia cair, mas isso só o estabilizou por alguns segundos. Felipe caiu encostado na mesma estante. Preocupado, Elliot se aproximou perguntando se ele estava bem – pelo menos era isso que Felipe presumia, já que não conseguia ouvir a voz do outro.
Elliot não viu outra saída a não ser levar o garoto desconhecido para a sua casa e cuidar dele lá. Não sabia o que tinha acontecido, mas deixar ele lá seria totalmente egoísta da sua parte, levá-lo para o hospital estava fora de cogitação, e sua casa era o local mais próximo para ter amparo.
O garoto logo foi bombardeado de perguntas quando chegou em casa, até porque, não era todo dia que Jill Ker via o filho entrar em casa carregando um desconhecido desmaiado no colo. Elliot teve que explicar brevemente a situação enquanto levava Felipe para o seu quarto, deixando-o lá, confortavelmente em sua cama.
Jill Ker ajudou Elliot a cuidar do garoto estranho, ainda meio desconfiado. Abriu o casaco do menino e se assustou com a enorme mancha de sangue na camiseta.
— Você sabe como isso aconteceu? — ele perguntou, checando o abdômen dele com todo o cuidando. — Ele não tem ferimentos… De onde veio todo esse sangue?
Jill Ker olhou assustado para Elliot. Ele também não tinha uma explicação para aquilo e a situação estava ficando mais tensa. Tudo que podiam fazer era esperar ele acordar. E foi o que fizeram.
Pela visão periférica, Romero viu o outro acordar horas depois. Ele virou a cabeça, ainda com os olhos pequenos por causa do sono, parecia estar observando tudo ao seu redor, até que encontrou os olhos de Elliot. O Farhat nem se mexeu, mas foi o primeiro a falar alguma coisa.
— Qual é o seu nome?
— Felipe Harmon — ele pôs a mão direita na testa e se sentou na cama. — Por que você me trouxe pra sua casa? Se é que essa é a sua casa…
— Você desmaiou na minha frente e eu fiquei preocupado. Fiz mal? — Elliot o questionou enquanto usava o mesmo dispositivo de antes, o SearchLock, uma coisa que só os policiais usavam.
— Não sei… — Felipe respondeu, encolhendo os ombros. — Desculpa por toda aquela vergonha na loja.
— Você tá melhor agora? — Elliot olhou para ele, que concordou com a cabeça. — Então é isso que importa.
Ambos ficaram em silêncio. Felipe observava Elliot usar seu “relógio” enquanto ele carregava a página várias vezes, sem ter resultado. O policial suspirou e olhou para Felipe.
— Eu pesquisei o nome que você me disse. Achei um Benjamin McCoy, Benjamin Vasconcelos, um Ben White. É algum desses?
Felipe discordou, balançando a cabeça para os lados.
— Quem eu procuro é Benjamin Sanchez — ele colocou a coberta de lado e se sentou com as pernas para fora da cama. — Você é idêntico a ele.
Houve mais um momento de silêncio enquanto Elliot pesquisava o nome dito, mas, novamente, nada foi encontrado, e ele estava começando a ficar mais desconfiado.
— Felipe, eu não consigo achar nada seu e muito menos do garoto que você me disse o nome — ele se levantou e aproximou o pulso esquerdo para o garoto. — Pode colocar a sua digital aqui, por favor?
Sem questionar, Felipe fez o que ele pediu, encostando o dedão onde a marcação estava. Elliot melhorou a postura e agora parecia mesmo estar vendo que horas eram. Uma tela apareceu, saindo do Search Lock, e Felipe também pôde ver a resposta: Nenhum resultado encontrado.
O policial Farhat estava cada vez mais confuso. Não era possível que Felipe não tivesse sido registrado por todo aquele tempo. Quantos anos ele tinha, afinal? Dezoito?
— Quantos anos você tem?
— Dezessete — ele respondeu sem problemas. — Elliot, sei que essa pergunta é estranha… Mas, em que ano nós estamos?
Elliot olhou para ele. A pergunta era estranha mesmo.
— Em 3056.
Ele viu Felipe arregalar os olhos e quis saber o porquê de toda a sua surpresa.
— O que foi? — perguntou, já que, depois de um minuto, Felipe ainda não tinha se pronunciado.
— Eu sou de 2017… — ele começou, ainda nervoso, e depois olhou para Elliot de novo. — Sofri um acidente de carro e não sei como vim parar aqui.
“Um acidente?”, Elliot pensou e fechou seu Search Lock. Bom, aquilo era uma explicação para o sangue. Mas onde estaria o ferimento do garoto, então?
Romero até argumentaria contra ele ter dito que era de 2017, até porque, aquela era uma ideia absurda. Mas, depois de ter procurado por sua identidade mais de quatro vezes e não ter encontrado nada, aquilo começou a ser outro esclarecimento. Porém, não é como se não tivesse notado que tinha algo de diferente em Felipe…
— 2017? Como você veio do passado?
— Eu não sei! Mas tenho que dar um jeito de voltar!
— Ei, calma lá! Você não vai resolver nada com esse nervosismo — Elliot se sentou na cadeira do quarto, como estava antes de Felipe acordar. — Sei que é difícil, mas… Vou tentar te ajudar.
Felipe respirou fundo e se jogou para trás, caindo de costas na cama. Elliot estava sendo mais legal do que deveria, mas continuava receoso. Ele precisava descobrir de quem aquele sangue todo era, e seria estranho ser de Felipe, mas era uma possibilidade.
De qualquer forma, Elliot fez o que podia para que Felipe se distraísse, já que, no momento, não aparentava ser uma ameaça. Os dois ficaram conversando por um tempo. Felipe contou mais sobre Ben e descobriram que eles tinham a mesma idade, além de terem a mesma aparência – mas as personalidades e os estilos eram completamente diferentes: Benjamin era extravagante, gostava de roupas folgadas e coloridas; já Elliot estava vestindo o uniforme policial, com uma correntinha prateada.
Ambos saíram do quarto do Romero por causa do chamado de Jill Ker. Ali, Felipe foi apresentado para o pai de Elliot e vice-versa, sem contar a boa recepção que Jill fez para o garoto.
— Estão com fome? — Jill Ker perguntou.
— Eu sim, um pouco — Felipe respondeu e mal se mexeu.
Elliot se sentou em uma cadeira em volta da mesa e puxou outra para Felipe se sentar. Jill Ker estava do outro lado dando instruções para a cafeteira e a torradeira poderem fazer seus trabalhos. Felizmente, café e torradas ainda existiam naquele ano.
Quando o café ficou pronto, Jill Ker colocou um prato e uma xícara cheia de café na frente de cada um, depois voltou com os mesmos objetos para si. Os três ficaram sentados ali, comendo e conversando – os que mais conversavam eram Elliot e Jill Ker, mas o mais velho também estava curioso sobre Felipe, e não se conteve em fazer algumas perguntas.
— Você tá bem mesmo, Felipe?
— Sim, estou sim.
— E… E todo esse sangue na sua camiseta, o que aconteceu?
— Ah — ele olhou para a camiseta, esquecendo daquela mancha enorme. — Eu sofri um acidente de carro, mas não sei como não me machuquei.
Jill Ker concordou com a cabeça e bebeu um gole de café. Olhou para Elliot sem o garoto notar e o filho retribuiu o olhar. Estavam pensando a mesma coisa.
Os pensamentos dos três foram interrompidos com um susto ao ouvir um estouro próximo de sua casa. As luzes piscaram e piscaram até desligar sozinhas. Elliot se levantou rapidamente enquanto os outros dois continuavam sentados, sem saber o que fazer e o que estava acontecendo.
— O que foi isso? — Jill Ker se levantou devagar, apreensivo com o que poderia acontecer depois.
Elliot foi para perto da janela para ter alguma pista. Depois, por hábito, retirou sua arma do coldre e ouviu o pai reclamar.
— Elliot, não!
— É o meu trabalho, pai! — falou, indo para a porta de casa.
Felipe conseguiu enxergar melhor quando a porta se abriu, deixando a claridade das luzes de emergência do lado de fora adentrarem a casa. Ele fechou o casaco e foi para perto da Jill Ker. Ficou observando tudo em silêncio.
Um policial apareceu segundos depois para avisar Elliot sobre o que estava acontecendo.
— Farhat, a cidade está sendo evacuada.
— O que está acontecendo?
— Um robô na plataforma está destruindo tudo.
— De novo?! — Elliot não conseguia acreditar, obviamente estava bravo com aquela notícia. — O que esses cientistas têm na cabeça?
Elliot se virou para o pai e para Felipe depois de pôr a munição na sua arma.
— Vocês são civis, não podem ficar aqui. Omel vai levar os dois para o portal, só sigam ele, tá bom?
— Elliot…
— Eu vou ficar bem, pai — Elliot sorriu para o mais velho. — Confia em mim.
Jill Ker respirou fundo e deu um abraço apertado, mas rápido, no filho. Os dois foram para fora da casa e o tal Omel os levou para um dos portais da cidade como Elliot tinha falado que faria.
Respirando fundo, ele saiu de dentro de sua casa e colocou o ponto de comunicação na orelha. Àquela altura, todos os seus colegas já estariam chegando para ajudá-lo com o robô. Com sua arma firme em mãos, ele se escondeu em um bom lugar para receber as primeiras informações sem problemas, e também para pensar em como eles deveriam agir.
— Alguém na escuta? — ele ouviu a voz de Dornelles pelo ponto.
— Skoil aqui.
— Farhat na escuta — ele respondeu. — Alguém tem uma boa visão da merda de robô?
— Eu, Sabbath. Cara, ele é maior que a gente e tenho certeza que pode nos matar com um tiro só, se ele quiser — Amanda Sabbath comunicou para eles.
Elliot fez um esforço para ver a criatura de onde estava, conseguindo menos de 50% de toda a sua estrutura. Sabbath estava certa.
— Habib, o que a gente faz? — Weinert perguntou para ele.
Romero respirou fundo e ficou numa posição melhor, preparado para correr, se precisasse, mas sem antes dizer para eles o plano que tinha — não era o melhor plano, mas poderia ser útil.
— É o seguinte, somos vários e ele é só um. A gente tem que atirar nele o máximo que conseguirmos para deixar ele confuso, sem deixar ele pensar em quem vai atirar primeiro, ok? Um de cada vez vai atirar na direção dele e sair de onde está. Depois todos atiram de uma vez só — ele esperou por uma intervenção, um plano melhor, mas ninguém disse nada e ele se sentiu um pouco inseguro. — Não é o melhor dos planos, mas é o que temos.
Todos pareciam concordar e Elliot não sabia se ficava feliz ou bravo com aquilo.
Ele tinha munição o suficiente, tanto na arma quanto de reserva. Espiou o robô mais uma vez e deu início ao plano, atirando de onde estava nos pés da máquina, e correndo depois para qualquer outro esconderijo. Zara Weinert e Amanda Sabbath fizeram a mesma coisa que ele, depois veio David Skoil e Owen Dornelles. A máquina estava se estressando mais a cada investida deles, destruindo o que podia e tentando acertá-los. Elliot mandou todos se afastarem, com medo de que algum deles acabasse se machucando.
— Só atirem quando necessário! — Dornelles tirou as palavras da boca de Elliot.
Foi depois que Elliot percebeu que um cidadão ainda estava lá. O portal estava fechado e não tinha ninguém por perto, além de sua equipe, que pudesse ajudar. “Que merda!”, ele pensou.
Esperando o robô se virar, Elliot conseguiu correr até Felipe e os escondeu da forma que podia. Checou se o menino estava bem. Ele não tinha nenhum machucado, mas tremia de medo ou nervosismo.
— Eu sei que tô te atrapalhando, mas não consegui sair daqui — ele explicou. — Desculpa, Elliot.
— Calma, vamos dar um jeito de sair daqui — se levantou. — Não dá pra ficar no meio desses cabos.
— Habib! Cadê você?
— A gente precisa da tua ajuda, Elliot!
Era muita coisa para processar. Farhat fechou os olhos para pensar o que faria primeiro. Deixar os colegas saberem que um civil continuava ali era o necessário, então foi o aviso que ele passou pelo ponto de comunicação enquanto os outros reforçaram que precisavam dele para acabar com aquela situação. Elliot voltou a segurar sua arma firme em mãos enquanto caminhava devagar, fazendo-se de escudo humano para Harmon, que vinha logo atrás dele.
— Ele tem um chip nas costas — ouviu a voz de Weinert. — Se acertarmos lá, ele morre!
— Ou quebra — Dornelles falou.
— Tanto faz! Temos que mirar no chip — Weinert não deixou que aquele ar cômico de Dornelles distraísse mais eles.
— Continuem atirando. O jeito vai ser um de nós ir por trás e quebrar o chip — Elliot falou.
— Eu vou — Skoil avisou com determinação.
— Esqueceu sua capa de super herói hoje, Skoil — Sabbath tirou sarro dele, mas não interviu.
Era um jogo de tudo ou nada: eles precisavam atirar como primeiro ataque, e David Skoil precisava quebrar o chip do robô para que o novo plano desse certo.
O robô também atirava na direção deles, complicando o plano de “atacar e fugir”. Elliot puxou Felipe pelo braço para que o robô não visse eles. Espiou, e quando conseguiram, eles saíram correndo, Felipe ainda sendo puxado, tentando chegar do outro lado da rua para ficarem mais seguros. Mas a máquina foi mais rápida que os dois humanos.
A cena parecia ter ocorrido em câmera lenta, como nos filmes de aventura. O tiro não acertou nenhum dos dois, mas o chão de vidro da cidade-plataforma se quebrou em vários pedacinhos. Os dois moveram as pernas no ar, sem uma base para continuar a corrida, e experimentando uma queda livre de milhões de quilômetros de distância.