No silêncio do meu peito, o sol sussurra,
luz que não queima, mas desperta
fragmentos de mim que ninguém vê.
O mar reflete minhas ondas secretas,
as profundezas que guardo
entre a coragem e o medo,
entre o desejo e a sombra.
A terra me abraça em sua quietude,
me lembra que pertenço a algo antigo,
que cada passo meu deixa marca
mesmo quando ninguém observa.
A lua curva-se sobre meu ombro,
derramando prata nas minhas mãos trêmulas,
mostrando-me que é belo sentir-se pequeno
e ainda assim inteiro.
Uma estrela distante me reconhece,
silenciosa testemunha do que sou,
do que escondo, do que sonho
quando fecho os olhos.
Sou pincel e papel,
sou mancha e linha,
autorretrato em aquarela
onde o íntimo se dissolve em cores suaves,
e ainda assim permanece.
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