
carlommarcello @carlommarcello
#Desafio dos 365 dias, dia 24:
#EncontroAleatorio
O barulho do cascalho raspando entre seu pé e a terra batida da estrada ecoa pela noite. Se é que isso pode ser chamado de estrada. Comparada as estradas pavimentadas que levavam a capital, isso é quase uma trilha, mas é seu caminho para o descanso na pequena cidade de Fiore, um cantinho de beleza esquecido nesse país.
Você já consegue ver a cidade ao longe, mais uma hora de caminhada e vai encontrar uma taverna e conseguir uma cerveja gelada primeiro e um banho quente depois. Mas uma figura caminha pela estrada de encontro a você.
Os pés se arrastam pelo chão, os ombros curvados puxam um carro que certamente faz hora extra como loja durante o dia e quarto durante a noite. A luz das luas iluminam as muitas medalhas de ouro presas no lenço da velha senhora de cabelos brancos e pele avermelhada. O som de guizos e enfeites pendurados nos chifres assimétricos era uma sinfonia na noite, atraindo o canto de um urutau solitário.
— Boa noite, senhora — você se adiantou. — Como está a estrada essa noite?
— Fresca com a brisa do verão, viajante — ela responde. — E como está a estrada da vida?
— Sempre um grande mistério...
Os olhos dourados brilharam com sua resposta, e a velha soltou seu carro, puxou algo do bolso e caminhou em sua direção. O som das cartas se embaralhado era como as folhas na brisa, que estranhamente parou.
— Uma moeda e o mistério diminui...
O canto do urutau cresceu na noite, e um arrepio subiu até sua nuca. Instintivamente você puxou uma moeda da bolsa e jogou na direção da cartomante, que a pegou no ar e colocou gentilmente sobre o baralho, a prata brilhando na noite como a lua. Ela virou a carta lentamente...
...o que você vê?