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Daniel Caetano

Daniel Caetano

Ativo Escritor

Daniel Caetano
Daniel Caetano @danielcaetano

A Viajante | Conto

Eis aqui mais um conto de ficção científica que muito gostei de escrever.

A história nasceu de um processo. Não me veio à cabeça de imediato; procurava por uma ideia que não tomasse tanto tempo de escrita, pois estava ansioso por publicá-la; achava que precisava publicar algo rápido, para ser visto. Quando comecei a escrevê-la, tinha uma ideia na cabeça. Ela veio de um capítulo específico de O Fim da Morte, de Cixin Liu. O capítulo tem cinco páginas, e para mim é um dos mais filosóficos de toda a trilogia. Ao mesmo tempo, eu estudava e fazia pesquisas sobre a Voyager-1, e Carl deve ter entrado na minha cabeça com o seu "otimismo realista", pois a primeira versão do meu conto tinha um final bem mais sombrio do que a que acabou indo para a versão final.

Enquanto estudava o conteúdo, a forma, as missões da Voyager-1, ficava cada vez maior a minha vontade de incluir as vozes de todas aquelas pessoas; mesmo entendendo que para alguns leitores essa parte poderia ficar um pouco cansativa, tal foi meu anseio que isso se tornou quase uma necessidade. Eu não podia deixá-las de fora. Admito a emoção no momento da escrita. Enquanto rascunhava, ouvi repetidas vezes as músicas enviadas no disco da Voyager – inclusive, para quem gosta de música e da história da música, fica aí a recomendação; tem música do mundo inteiro (apesar de ainda vermos mais obras estadunidenses do que de qualquer outro país).

A Voyager-1 é o objeto humano mais distante e o primeiro a deixar a "fronteira" do sistema solar. E esse fato é bastante conhecido; há um punhado de histórias que partem da mesma motivação encontrada em A Viajante – há uma dúzia de livros em que alienígenas encontram a Voyager no meio interestelar, mas não queria apenas contar uma história original. Eu queria fazer uma homenagem. Não à sonda, mas aos engenheiros e cientistas que a fizeram acontecer. Para mim, a Voyager é um dos feitos mais simbólicos, mais emblemáticos e significativos de toda a História.

Para mim, ela é uma metáfora. Minha primeira publicação até que poderia ter outro nome, mas se afastaria da visão de viagem que tenho dessa carreira de escritor que estou tentando construir.

Espero que gostem de ler este conto tanto quanto eu gostei de escrevê-lo. Deixe nos comentários o que achou.

Daniel Caetano
Daniel Caetano @danielcaetano

No auge de uma civilização alienígena, o Tecelão enfrenta um dilema moral devastador: apertar um botão que porá fim à guerra entre dois mundos, mas ao custo da destruição de um deles. Relutante, ele cede à lógica inexorável de sua sociedade, dando início a uma sequência de eventos que reverberará por eras.

Milênios depois, o fragmento do planeta destruído pelo Tecelão cruza o espaço interestelar e encontra seu destino num pequeno planeta, então dominado pela biodiversidade. A colisão, resultado da decisão de um ser em um ponto distante do cosmos, marca o fim de uma era de continuidade na história do planeta.

O conto acompanha os momentos antes, durante e após o impacto devastador. Por meio do olhar de criaturas primitivas o leitor testemunha o poder destrutivo do asteroide que selou o destino do jovem planeta.

À medida que o mundo mergulha em fogo, escuridão e frio, acompanhamos o esforço de sobrevivência da vida. Um símbolo de resiliência se adapta às novas condições hostis e perpetua sua linhagem até que, milhões de anos depois, seus descendentes assumem o controle do planeta.

Com uma narrativa que alterna entre o micro e o macro, "Chicxulub" conecta o colapso de uma civilização alienígena ao evento que transformou a Terra e moldou o futuro da humanidade. É uma reflexão sobre o impacto das escolhas, o poder da natureza e o ciclo de destruição e renovação que rege o cosmos.