O frasco de cor cintilante era tão fofo. Talvez fosse um feitiço de virar unicórnio ou algo assim. O pego na mão e caminho em direção do balcão.

— Lívia, acho que este frasco estava na estante errada.

— Impossível, todos aqui estão no lugar que devem estar. Que estante encontrou ele?

— Na estante de frascos que disse para não mexer.

— Sua idiota, por isso que avisei para não mexer, porque não se deve nem retira-los de lá —Lívia rosnou e revirou os olhos.— Qual frasco pegou, sua tapada?

— Esse — mostro o frasco cintilante que erradia uma luz dentro dele e esquenta a minha mão.

— Então bom passeio, sua idiota. Gerard dá tchau para sua namoradinha, ela vai dar um longo passeio agora — Lívia abanando a mão para mim, como se estivesse dando tchau.

— Por que não escuta os outros, raposinha? É tão complicado seguir as instruções dos outros?— Gerard batendo a mão na testa.— Ah, valeu pela grana fácil — sorriu sacudindo o meu saco de moedas.

— Como assim? Olha aqui, isso é meu e…— o calor tomou conta da minha mão me fazendo largar o frasco no chão. A queimação explodiu numa luz cintilante me cegando.

Quando consegui enxergar novamente, vejo a minha casa a frente e minha mãe na porta com as mãos na cintura me encarando.

— Então é isso que está fazendo criatura? Lhe mandei cortar lenha e ao invés de fazer resolveu tirar um cochilo?

— Claro que não mãe, é que eu…— fico de pé me sinto ainda um pouco tonta, sem me lembrar porque estava daquela maneira e a lembrança daquele dia parecia algo distante, como se tivesse já passado por ele. Devia ser o tal de dejá vu que muitos falavam. Respiro fundo.

— Não quero ouvir suas desculpas criatura, agora vá até a floresta pegar algumas golinas para os seus irmãos — estendeu uma cesta na minha direção.

— Claro mãe.

Peguei a cesta da mão dela. Entrei em casa, busquei a minha mochila onde guardava os meus itens e mantimentos. Peguei meu arco, algumas flechas, uma corda, três pães sovados, dois cantil de água e sonífero numa garrafa, porque nunca se sabia quando um animal encantado me atacaria na floresta. Passei no meu quarto e vesti a minha capa camuflada para ficar um pouco invisível por lá. Sai de casa e comecei a minha caminhada para dentro da floresta.

Caminhei por algum tempo e me deparei com uma bifurcação à minha frente. Qual caminho devo tomar, mesmo aquilo tudo parecendo um dejá vu?

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