— Nem pensar, prefiro outra coisa. Olha um troll ali — aponto para atrás dele que olha para trás, aproveito a distração e corro para a outra direção.
Corro tanto que parecia que meus pulmões iriam sair pela minha boca. Desvio de raízes, pulo por cima de árvores tombadas, cruzo um rio e acabo caindo na água, o canivete que ainda segurava na mão acaba caindo da minha mão, penso em tentar encontrá-lo, mas não sabia se o elfo estava me seguindo ou não. Contudo, não queria virar esposa de um elfo maluco. Então o deixo para trás. Continuo a correr. Desvio de alguns galhos e continuo correndo o máximo que passo. Olho para trás para ver se ele estava vindo quando bato em algo duro e caio para trás.
— Olha só quem vemos por aqui. Essa aqui não é moça metida que machucou o nosso capitão?— um troll segurando um porrete tão grande quanto ele, me pegando pelo capuz da capa.
— Com certeza, ela tem a mesma aparência que ele contou. Vamos levá-la, ele vai adorar o presente — um outro troll com um corte fundo sobre o olho.
— Não mesmo, eu não vou ser escravizada por ninguém — me debato e me lembro que ele está segurando apenas o capuz. Retiro os braços dele e caio de bunda no chão. Tateando por algo atrás de mim para bater neles.
— Olha que fofinho, ela quer lutar conosco — o troll do porrete.
— Senhores, senhores, lamento informar, mas essa humana é minha futura esposa, acho melhor sumirem daqui antes que voltem para casa tão machucados que seu capitão não vai gostar nenhum pouco — uma voz conhecida de algum lugar.
— Quem é você para achar que pode vencer dois trolls?— o troll do olho machucado.
Então uma sombra pousa na minha frente. Era o elfo que havia conversado antes. Realmente a minha sorte naquele dia não estava boa.
— Eduhin, Príncipe de Elira, por quê?— elfo olhou para trás e me olhou da cabeça aos pés. — Viu, eu sabia que era uma esposa perfeita para mim. Tudo bem com você? Eles não lhe machucaram?
— Eduhin? Eduhin?— o troll com porrete coçando a cabeça ainda segurando a minha capa.
— Seu besta, ele é o principe dos elfos, da cidade que fica nas montanhas perto de Brisa Azul. Desculpe majestade, não sabiamos que ela era sua esposa — o troll de olho machucado fazendo uma reverência.
— Fala sério, você é muito frouxo Omar. Olha o tamanho dele para nós dois, ele vai virar uma possa de carne, isso sim — o troll do porrete num movimento rápido batendo o porrete na direção do elfo.
Fechos os olhos, não queria ver aquela cena. Trolls eram conhecidos por ter uma força enorme e com certeza aquele elfo viraria numa massa disforme de carne na grama.
— Hum, pelo jeito seu amigo não conhece nada sobre os elfos, Omar. Eu não queria fazer isso, mas não tenho escolha.
Abro os olhos e vejo o elfo segurando o porrete apenas com uma mão. Num movimento rápido, arranca o porrete da mão do troll, pula na direção dele e bate na lateral do monstro que o faz voar por alguns metros quebrando árvores pelo caminho.
— Pela sua consideração vou deixar que leve o porrete de volta — Eduhin entregando o porrete para o troll Omar.
— Muito obrigado vossa alteza, o Oscar agora em diante vai me ouvir quando falar sobre uma espécie que ele não conhece — Omar pegando o porrete e se afastando em passos rápidos na direção que o amigo voou.
— Agora vai vir comigo ou prefere ficar na floresta tendo que enfrentar outros seres estranhos como eles?
— Com certeza com você, mas essa coisa de noiva, poderíamos ir conversando pelo caminho?
— Claro, não quero lhe forçar a nada que não queira senhorita — sorriu esticando a mão para mim.
A segurei e ele me puxou com delicadeza me deixando de pé.
— Você veio caminhando de casa até aqui? Porque até lá é uma caminhada de alguns quilômetros, além da escalada pela montanha e eu sou apenas uma…
— Sou um principe querida, nunca saio sozinho e muito menos a pé — ele assoviou e alguns segundos depois diversos elfos de armaduras surgiram de trás de árvores.
— Gente, eles vão nos carregar?
— Gostei de seu humor humana. Claro que não, vamos voando — ele deu dois assobios. As copas das árvores sacudiram e um hipogrifo surgiu pousando na frente dele. Subiu no animal e esticou uma mão. — Vamos?
— Não tenho outra escolha, né?— seguro nela e ele me puxa me fazendo montar na sua frente.
— Teria, mas com certeza não gostaria do resultado.
... Continua no próximo livro que será publicado depois que esse terminar. Se não quiser esperar, volte no tempo escolhendo outra opção e tente outras escolhas.
Comente o que achou do capítulo!
Deixe um coraçãozinho camarada para incentivar a escritora!