O calor do final da tarde ainda pairava sobre o bosque como um véu morno e perfumado de pinho e terra molhada. Eu me sentava no mesmo degrau da varanda onde costumava esperar meu pai voltar das patrulhas quando era criança, as pernas esticadas à frente, um livro esquecido ao lado.
Três anos. Havia passado tanto tempo desde que pisei naquelas terras, e mesmo assim parecia que o ar da matilha nunca deixava realmente o corpo. Era denso, carregado de algo que só os nascidos ali sentiam — uma energia primal, quase viva.
Ou talvez fosse ele. Theodore William.
Vi sua silhueta surgir do limite das árvores, o andar felino e letal de sempre. Mesmo em forma humana, ele parecia selvagem. Trazia uma cesta de lenha no ombro e um olhar indecifrável preso em mim.
Meu coração, ingrato, apertou como sempre fazia ao vê-lo.
— Alinna — disse com a voz grave, baixa, quente. — Ainda não consigo acreditar que está aqui.
Tentei sorrir, mas falhei. Tantas palavras não ditas estavam presas entre nós, espessas como névoa.
— Estou surpresa por você não estar em uma missão de rastreio ou arrancando a garganta de algum forasteiro.
Ele arqueou uma sobrancelha.
— E perder a chance de ver você sentada aí como se nunca tivesse ido embora?
Eu desci da varanda com cuidado, os degraus rangendo sob meus pés. Theo estava tão perto agora que eu podia sentir o cheiro da terra molhada em sua camisa e… algo mais. Um perfume quente e amadeirado, como cedro em brasas. Algo que sempre me deixava inquieta.
— Vim ver meu pai — murmurei, desviando o olhar.
Ele se aproximou mais. Seus dedos roçaram levemente minha mão. Um gesto quase imperceptível, mas que incendiou meu pulso.
— E vai embora de novo?
Antes que eu pudesse responder, uma voz ecoou próxima.
— Humanos não deviam pisar em solo sagrado da matilha.
Me virei bruscamente. Um dos guerreiros mais jovens, talvez uns dezessete, de peito inflado, os olhos cheios de desprezo. Um lobo recém-transformado, ainda se embriagando com os próprios dentes.
— Diga isso de novo — desafiei, com um tom que surpreendeu até a mim.
Ele deu um passo à frente, e então outro.
— Se dependesse de mim, humanos seriam banidos. Sangue fraco atrapalha os instintos. Não é à toa que a filha do alfa é… defeituosa.
Defeituosa.
A palavra cortou fundo.
Eu não reagi. Ainda estava tentando recuperar o ar quando senti algo bater na minha cabeça. Uma dor aguda e quente se espalhou pela lateral do meu crânio e, por um segundo, minha visão ficou embaçada.
— Alinna! — Theo gritou.
Ouvi um rosnado — não um som humano, mas o som de uma fera à beira do colapso. Quando recuperei o foco, o guerreiro jovem estava no chão, com Theo ajoelhado sobre seu peito, a mão cerrada em sua garganta.
— Você ousa tocar nela? — Theo cuspiu. — Ousaria feri-la em solo da minha matilha?
— Ela não é… — o garoto tentou, mas sua voz sumia sob a força do aperto.
— Ela é minha. — A voz de Theo veio baixa, gutural, carregada de um poder que fazia o chão vibrar. — Minha companheira. E você jamais… jamais… voltará a levantar a mão para ela.
O silêncio caiu como uma lâmina sobre todos nós. O garoto arregalou os olhos e engasgou com a própria saliva.
— Theo! — gritei, correndo até ele. — Solta, por favor. Ele é só um moleque estúpido.
Relutante, ele tirou a mão, ainda ofegante, o peito arfando como se estivesse à beira da transformação. Seus olhos âmbar brilharam com um brilho selvagem que me assustou — e excitou. Que tipo de pessoa se excita ao ver um homem quase matar outro por sua causa?
Alguém que passou tempo demais fingindo que não sentia nada por ele.
Ficamos ali, eu e Theo, observando o garoto se afastar correndo, tropeçando nas próprias pernas. O silêncio seguinte era denso, quente como uma brasa sob a pele.
— Você não devia ter feito isso — falei, finalmente, tocando seu braço.
Ele virou-se para mim devagar, o olhar sombrio.
— Eu faria de novo. Mil vezes. Ninguém toca em você. Nunca.
Meu coração batia tão alto que eu podia ouvi-lo nos meus ouvidos. Os dedos de Theo ainda tremiam. Ele me olhava como se estivesse lutando contra algo muito mais feroz que o jovem guerreiro — algo dentro dele.
— Eu sou humana, Theo — sussurrei. — Você sabe que não… que eu não sinto o vínculo.
— Mas ele está em mim — ele respondeu, firme. — E isso basta. Eu pertenço a você, Alinna. Desde que você tinha dezessete anos e riu de mim no campo de treinamento. Desde que você sumiu por três anos e deixou tudo em silêncio. Eu te senti todos os dias.
Minhas pernas cederam e eu me sentei de novo no degrau. Ele ficou ao meu lado, em silêncio. O calor entre nós era quase palpável.
— E se eu não voltar? — perguntei. — Se eu decidir que não posso viver entre feras que me desprezam?
— Eu vou com você — ele respondeu imediatamente.
O ar sumiu dos meus pulmões.
— Você deixaria tudo?
Ele assentiu, os olhos fixos nos meus.
— Você é tudo.
O toque foi suave. Primeiro seu dedo indicador em minha bochecha, limpando um fio de sangue da pedra. Depois, os lábios, quentes e decididos, pressionando levemente minha testa.
Minha pele ardeu sob o gesto.
Eu me inclinei, só um pouco. Nossos narizes quase se tocaram. O cheiro dele me envolvia: musk, madeira, suor e… desejo. Cru e bruto.
— Theo… — minha voz saiu como um sussurro.
— Diga que eu posso — ele pediu, os olhos escuros como a floresta ao anoitecer.
Eu não disse.
Apenas encostei os lábios nos dele. Não um beijo. Um toque. Uma promessa.
E ele soube.
Sua mão foi para minha nuca, os dedos se entrelaçando no meu cabelo. Os lábios se abriram contra os meus, quentes, famintos. A língua dançou entre meus dentes com precisão e ternura. Meu corpo respondeu como se sempre tivesse pertencido ao dele.
E, talvez, sempre tenha pertencido mesmo.
Quando me dei conta, ele me erguia no colo com facilidade, me levando para dentro da casa vazia. Me deitou no sofá como se eu fosse feita de vidro, mas seus olhos gritavam outra coisa. Seus músculos vibravam com esforço. Ele queria mais. Mas me respeitava demais para ultrapassar qualquer limite sem minha palavra.
Eu me sentei, com os lábios ainda úmidos pelos beijos, o corpo em brasas.
— Ainda não — murmurei, a voz falha.
Ele assentiu, respirando fundo, e sentou ao meu lado.
— Mas vai haver um dia? — perguntou, a voz rouca.
— Vai — prometi. — Quando eu parar de fugir de quem eu sou… e de quem você é para mim.
O ar dentro da sala parecia mais espesso do que lá fora. As paredes respiravam junto comigo, como se absorvessem cada batida do meu coração. Eu ainda sentia o gosto dele nos meus lábios. Theo estava sentado ao meu lado, o braço esticado por trás do encosto do sofá, mas sem me tocar. Seu corpo, enorme e quente, vibrava com contenção.
Eu sabia o que ele queria. Porque eu também queria.
Minha pele ainda ardia. Cada ponto onde ele havia me tocado parecia pulsar — meus lábios, meu pescoço, até meus pulsos.
Mas o que me matava era o que ainda não havia tocado.
Virei devagar o rosto na direção dele. Seus olhos âmbar estavam fixos nos meus, escurecidos pela tensão de uma fome que ia muito além do físico. Theo não era só desejo. Era vínculo. Era promessa. E, de algum modo impossível, ele me desejava com a devoção de quem esperou tempo demais.
Tentei sorrir.
— Você está respirando como se estivesse prestes a virar lobo aqui mesmo na sala.
— Você não tem ideia do esforço que estou fazendo pra não te pressionar contra esse sofá e marcar você com os dentes — ele respondeu, sem rodeios.
Aquele arrepio que sempre me tomava quando ele ficava assim — cru, honesto, instintivo — me percorreu de cima a baixo. Um calor líquido escorreu por dentro de mim, lento, úmido, como se meu corpo estivesse implorando pelo toque que minha boca ainda não autorizava.
— Eu não estou com medo, Theo — sussurrei, meu rosto perto demais do dele. — Eu só não quero que a primeira vez que eu me entregue a você seja por impulso. Quero estar consciente de cada segundo… de cada respiração que você roubar de mim.
Ele rosnou baixo, o som vindo da garganta, e eu estremeci. Seus olhos desceram até minha boca, e quando nossos lábios se encontraram de novo, foi mais leve do que antes. Um beijo sem pressa, sem urgência. Um beijo que me dizia que ele podia esperar. Mas eu não podia.
Porque a verdade era que, com ele ali, tão perto, tão absurdamente bonito e fiel e faminto de mim, a ideia de fugir da matilha não fazia mais sentido.
Talvez eu quisesse ser dele.
Minhas mãos tocaram seu peito, e mesmo com a camisa entre nós, eu podia sentir o calor da sua pele, o batimento firme sob meus dedos. Ele fechou os olhos por um momento, absorvendo meu toque como se fosse uma oração.
— Alinna… — ele murmurou.
— Fica — pedi. — Só por hoje. Aqui. Comigo.
Ele não respondeu. Apenas me puxou para o colo, como se fosse o lugar mais certo do mundo para mim. Me acomodei sobre suas coxas fortes, uma perna de cada lado, sentindo a rigidez óbvia sob meu quadril. E mesmo assim, ele ainda não me apressou. Suas mãos repousaram na minha cintura, apenas me sustentando, como se não ousasse ultrapassar meus limites.
— Eu sonho com isso há anos — ele sussurrou contra meu pescoço, sua respiração provocando arrepios. — Mas nos meus sonhos, você também me queria assim.
— E se eu quiser agora?
O som que saiu dele foi entre um rosnado e um gemido contido. Ele afundou o rosto na curva do meu ombro e apertou a cintura com mais força, mas ainda assim, contido. Meus dedos deslizaram até a gola da camisa dele, e comecei a desabotoar devagar, sentindo o prazer de revelar pedaços da pele bronzeada e marcada por cicatrizes que ele escondia do mundo.
Theo era guerreiro. Era lobo. Era dor e força e devoção em carne viva.
— Você é lindo — murmurei, inclinando a cabeça para beijar seu peito.
Ele grunhiu, as mãos finalmente subindo pelas minhas costas, deslizando sob minha blusa de algodão, sentindo minha pele nua. Quando seus dedos tocaram a lateral do meu seio, eu arfei, os mamilos enrijecendo instantaneamente. Nossos quadris se moveram, e por um segundo, o mundo inteiro pareceu feito apenas de respiração e fricção e promessas prestes a se romperem.
— Theo…
Ele me deitou devagar no sofá, os olhos famintos nos meus. Se posicionou por cima de mim, os braços apoiados nos dois lados da minha cabeça. Seu nariz roçou o meu. Sua boca estava a centímetros da minha.
E então, o som.
Porta rangendo. Passos. Cheiro de pinho. Autoridade.
Meu corpo congelou.
A voz do meu pai cortou o ar como uma lâmina.
— Alinna?
Theo se afastou de mim como se tivesse levado um tiro. Eu me sentei, os cabelos bagunçados, o rosto em chamas, o corpo ainda arfando por tudo o que quase foi.
Meu pai surgiu na entrada da sala. O Alfa da matilha. Alto, imponente, os olhos de lobo brilhando de choque — e desconfiança.
Ele olhou para mim. Depois para Theo. Seus olhos se estreitaram.
— O que está acontecendo aqui?
Ninguém respondeu por um longo segundo. Eu estava tentando encontrar minha voz, ajustar minha blusa, recuperar a dignidade. Theo se levantou primeiro.
— Com licença, Alfa. Eu estava de saída.
— Estava? — O tom dele era gélido. — Ou deveria estar?
— Pai… — tentei, a garganta seca.
— O que você faz sozinho com o meu Beta, Alinna?
— Conversando. — Menti. Ou quase.
O olhar do meu pai passou de mim para Theo, e foi aí que eu percebi a tensão nos ombros do meu companheiro predestinado. Theo estava pronto para lutar. Pronto para defender o direito de me querer.
Mas também estava pronto para respeitar.
Meu pai deu um passo à frente, sem desviar o olhar de Theo.
— Fale a verdade.
Theo respirou fundo. Seu maxilar estava rígido. Ele parecia um lobo enjaulado, tentando manter a humanidade que ainda restava.
— Alinna é minha companheira — ele disse, por fim. — Isso você já sabia. Eu a respeito. Sempre respeitei.
Meu pai olhou para mim, em busca de confirmação.
— É verdade, filha?
Minha boca secou.
— Ele sempre me respeitou — confirmei, minha voz saindo firme apesar da vergonha. — E sim, eu sei do vínculo. Eu só… nunca senti. Até agora.
Um silêncio pesado caiu entre nós.
Meu pai passou a mão pelos cabelos. Aquilo não era uma surpresa total — ele devia suspeitar há anos. Mas ver com os próprios olhos era outra coisa.
— Vai me dizer que vai ficar agora?
Eu hesitei.
— Eu ainda estou decidindo.
— Então decida longe do meu Beta. — A voz dele era baixa, mas cortante. — Até saber o que quer, não brinque com fogo, Alinna.
Aquelas palavras doeram mais do que qualquer golpe.
Meu pai virou as costas e desapareceu pelo corredor, batendo a porta atrás de si.
A vergonha me queimava por dentro. Me levantei do sofá e fiquei olhando para o vazio por alguns segundos, tentando recuperar a respiração.
Theo ainda estava ali. De pé, me observando com os olhos escuros de culpa e desejo. Ele parecia pronto para se desculpar, para dizer que não devia ter me beijado, que devíamos ter parado antes. Mas antes que ele dissesse qualquer coisa, fui até ele e segurei sua mão.
— Não se desculpe — pedi. — Eu quis. E não me arrependo.
Ele levou minha mão aos lábios e beijou meus dedos com reverência.
— Eu te espero — disse. — Quantos anos forem necessários. Mas não duvide de que eu te quero… por inteiro.
Aquelas palavras ficaram pairando no ar mesmo depois que ele foi embora.
E eu soube que aquela noite mudaria tudo.
O silêncio da casa parecia mais pesado depois que Theo se foi.
Fiquei na sala por longos minutos, tentando respirar sem soluçar. Meu corpo ainda vibrava com a presença dele, como se ele deixasse um eco em mim — um chamado antigo, inegável. Mas o olhar do meu pai, duro e decepcionado, também latejava na minha memória como um peso no peito.
Levantei, finalmente, e caminhei pelo corredor estreito até a porta do escritório. Eu sabia que ele estaria lá. Era onde sempre se refugiava quando as coisas fugiam do controle.
Bati devagar.
Nenhuma resposta.
Bati mais uma vez.
— Está aberta — ele disse, a voz abafada, mas sem hostilidade.
Empurrei a porta com cuidado.
Ele estava sentado à mesa de madeira envelhecida, os óculos escorregando no nariz, os dedos apoiados nas têmporas como se tentasse conter uma dor de cabeça. As paredes ao redor estavam cobertas com prêmios de guerra, fotos de batismos lunares e lembranças de uma vida dedicada à matilha.
E ali, entre tudo isso, eu — a filha que ele não sabia onde encaixar.
— Pai… — comecei.
Ele não respondeu, apenas ergueu os olhos na minha direção.
Sentei na poltrona à frente da mesa. Não disse nada por alguns segundos. Só o encarei.
Finalmente, ele falou:
— Você sumiu por três anos. Quando volta, não avisa, e no mesmo dia está sentada no colo do meu Beta, com os lábios inchados e o cheiro dele grudado em você. O que você quer que eu pense, Alinna?
Engoli em seco.
— Que eu sou humana — respondi, baixando os olhos. — Que eu demorei esse tempo todo pra tentar descobrir quem sou fora da matilha, e agora que volto, ainda me sinto um erro. Um estorvo. Uma decepção pra você.
Meu pai ficou em silêncio. Quando ergui os olhos, ele parecia… quebrado. Não zangado. Apenas cansado.
— Você não é uma decepção, filha.
— Não sou? — a dor escapou antes que eu pudesse contê-la. — Você nunca olhou pra mim da mesma forma que olhou pro Lucca, ou pra qualquer outro filhote que manifestou o gene do lobo. Eu nunca fui parte da alcateia de verdade, pai. E sempre soube disso.
Ele fechou os olhos. Respirou fundo.
— Eu não sabia como amar você do jeito certo — ele admitiu, por fim. — Eu esperava que o lobo despertasse. Que você… que você viesse a mim um dia, como todos os outros. Mas você era diferente. Delicada, criativa, cheia de perguntas que eu não sabia responder. E eu falhei com você. Não por te amar menos, mas por não saber como mostrar.
Uma lágrima quente escorreu pelo meu rosto.
— Eu nunca quis ir embora por raiva. Eu fui porque… estar aqui doía. Porque eu olhava pra você e sentia que precisava provar alguma coisa. E nem sabia o quê.
Ele se levantou da cadeira e veio até mim. Me olhou de cima por um instante, e então, ajoelhou-se diante da poltrona, como nunca pensei que veria o Alfa da matilha fazer.
— Você não precisa provar nada — ele disse, com os olhos marejados. — Você é minha filha. Com ou sem lobo. E hoje, quando vi você com Theo… foi como se o tempo tivesse me acertado na cara. Porque eu vi o quanto você cresceu. E o quanto você é dele. Mesmo sem sentir o vínculo, você estava ali… entregue. E isso me assustou. Porque eu percebi que não posso mais proteger você como antes.
— Eu não preciso de proteção, pai. Só preciso do seu apoio. Do seu orgulho.
Ele pegou minha mão e apertou entre as dele.
— Você o ama?
Engasguei com a pergunta. Não esperava por ela. Mas a resposta me veio como um sopro quente dentro do peito.
— Ainda não sei o nome disso que sinto — murmurei. — Mas quando estou com ele, eu não me sinto partida. Não me sinto errada.
Ele sorriu, triste.
— Então é amor. Só está nascendo devagar. Como você.
Ficamos ali por um momento, mãos entrelaçadas. Meu pai me puxou para um abraço e, pela primeira vez em muito tempo, eu me permiti chorar nos braços dele como uma filha. Uma filha inteira. Aceita. Amada.
— Vai vê-lo? — ele perguntou, ao se afastar.
Assenti, enxugando os olhos.
— Preciso dizer a ele que estou ficando. Que escolho ficar.
— Então vá. Mas da próxima vez, me avisa antes de entrar no cio no meu sofá.
Rimos. De verdade.
E ali, naquela sala onde tantas decisões da matilha foram tomadas, eu finalmente senti que pertencia. Não como loba. Mas como Alinna. Inteira.