Apareço no quarto caindo de joelhos no chão. Respiro fundo por ter conseguido fazer o feitiço corretamente. Sento na minha cama e começo a ler o livro. Havia diversos feitiços por ali muito interessantes que poderia duelar contra os meus irmãos e os derrotar mostrando que mesmo alguém sem o dom da magia conseguiria os vencer facilmente.
Escuto um passarinho cantar na minha janela. Abro os olhos e descubro que havia adormecido de cara no livro. Uma página acaba grudando no meu rosto quando levanto a cabeça ela acaba rasgando.
— Caramba, o que fiz? Uma coisa é consertar janelas, outra coisa é arrumar um livro de magia, essas páginas são coladas com magia antiga — levanto da cama e caminho de um lado para o outro sem saber o que fazer.
Escuto minha mãe chamar meus irmãos para o café da manhã. Guardo o livro debaixo do meu colchão e saio do quarto. Eu sabia que ela não me chamaria. Nunca me chamava, era sempre assim. Saudades da época em que era criança e ela me amava, antes da porcaria dos meus irmãos nascerem e tudo ficar ruim para mim.
— Volte para a cama criatura. Seus irmãos tem que comer logo o café da manhã para poderem ir para as provas finais e com você na mesa não vai ter comida suficiente para eles — minha mãe brigando comigo quando apareci na porta da cozinha.
Bufei com aquilo. Voltei para o quarto batendo os pés com força. Meus irmãos passaram por mim rindo aquilo piorou mais ainda a minhas emoções. Peguei o livro de baixo da cama e o atirei longe, que bateu no meu armário e caiu aberto no chão. Era tudo culpa daquela coisa, a magia estragou a minha família no instante que aquelas marcas ridículas de estrela surgiram nos pescoços dos meus irmãos.
Quando vejo uma folha amarela estava saindo do livro. Não conseguia acreditar que agora mais uma página havia caído. A que rasguei pela manhã não era muito interessante, apenas um feitiço em fazer a porta trancar e destrancar. Levantei da cama bufando, peguei o livro e puxei a página que estava metade pra fora, quando leio o que era caio de bunda no chão. Era o que eu precisava.
— Agora sim, poder voltar no tempo. Assim faria tudo diferente, eu aceitaria o convite de meu pai para seguir com ele nas viagens, era melhor virar uma caçadora de trolls do que viver ridicularizada pela minha família — li algumas vezes o feitiço. Escutei a voz do meu irmão Leonidas subindo as escadas querendo alguma coisa comigo. Usei o feitiço de trancar a porta. Voltei a ler novamente as palavras tão complicadas. Escutei ele bater na porta e começar a brigar comigo que queria que fizesse algo para ele. Bufei irritada. — Me deixei em paz, seu cabeça de vento.
Gritei furiosa e recitei as palavras. Uma linha azul começou a surgir em volta de mim, minha mão esquerda formigou e a estiquei para frente como pedia o feitiço. Terminei de recitar e a fechei. A linha azul me cobriu numa bolha e depois explodiu. Quando abri os olhos havia algo estranho. Meu quarto continuava igual, eu continuava igual, minha mãe continuava gritando com Leon do andar de baixo.
— Que saco o que será que fiz de errado?
— Criatura, o que você fez?— escutei ela berrando e me chamando.
Levantei do chão e fui até a porta. Tentei abrir, mas não consegui, acabei tendo que fazer o feitiço de destrancar e só assim ela abriu. Desci as escadas com ela berrando e não conseguia compreender nada.
— O que foi mamãe?
— O que foi? Eu sabia que um dia você nos trairia. Como pode criatura, como pode?
— Hein? Mas o que eu fiz?
— Você sumiu com eles. Como conseguiu fazer isso? Você é uma pateta sem dom algum, como conseguiu invocar um feitiço tão complexo como esse?
— Mas eu não…
A porta da frente foi aberta num chute e dois elfos de armadura de prata entraram apontando suas espadas, depois um elfo de cabelo branco passou por eles e olhou diretamente para mim.
— Senhorita me acompanhe, você invocou um feitiço que na sua condição não poderia ter praticado e com isso fez seus irmãos evaporarem.
— Mas foi sem querer, eu só queria…
— Qualquer das duas justificativas não vão lhe ajudar. Agora me acompanhe, pois a senhorita está presa e passará por um julgamento que dependendo da escolha a levará a morte.
Arregalei os olhos. Não podia acreditar que havia tomado aquele caminho apenas porque estava irritada com os meus irmãos.
FIM
Se quiser outro fim, escolha uma outra decisão e se diverta na jornada.
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└─Volte ao começo e pegue o caminho à direita
└─Retorne ao inicio do caminho esquerdo e modifique suas escolhas