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Livro: Crônica do Viver Baiano Seiscentista – Os Homens Bons: Santos Unhates
Autor: Gregório de Matos
Lançamento: Século XVII
Em Santos Unhates, Gregório de Matos recorre à sátira mais impiedosa para denunciar a hipocrisia dos que se fingem virtuosos. Os “santos unhates” — expressão mordaz que sugere uma santidade apenas de fachada, cultivada nas aparências e nos gestos públicos — representam aqueles que querem parecer piedosos, mas cujas ações contradizem completamente a fé que pregam.
Com versos afiados, o poeta revela o abismo entre a imagem e a essência, entre o altar e os bastidores da vida cotidiana. Esses “santos” são cidadãos influentes, respeitados, mas com práticas condenáveis escondidas sob a máscara da religiosidade. Gregório não poupa palavras ao ridicularizar esse tipo de devoção performática.
O poema é um retrato cruel — e verdadeiro — da Salvador colonial, onde o poder e a fé frequentemente se misturam para proteger os que mais deveriam ser questionados.
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